sábado, 18 de agosto de 2018

CAP 03 - ALCORÃO: APONTAMENTOS PARA UMA CRÍTICA INTERNA & EXTERNA.

.



                
APT. 03: A QUESTÃO HUDHAIFA

- QUESTÃO:
A IMPOSIÇÃO DO ALCORÃO (DE ZAID IBN THABIT) FOI UM ATO POLÍTICO, QUANDO DEVERIA TER SIDO UMA DECISÃO TEOLÓGICA.
E HAVERIA MESMO JUSTIFICATIVA ACEITÁVEL???
.
APONTAMENTOS:
"Uthman enviou para cada província Muçulmana uma cópia do que eles haviam copiado e ordenou que todos os outros materiais do Alcorão, quer fossem fragmentos de manuscritos ou cópias completas, fossem queimados.”
(Extraído de BUKHARI, VOL. 06, LIVRO 61, NÚMERO 510.)

I - SIMPLIFICANDO AO MÁXIMO 01
 (Ou A Compilação Em Resumo):
"Durante o reinado de Uthman, o terceiro sucessor (califa) de Maomé, chegou até ele a notícia de que os muçulmanos em várias províncias estavam divergindo consideravelmente na leitura do Qur'an. Uthman decidiu unir o povo com um só musaf wahid (texto único) e, depois de solicitar o códice de Zaid (que, convenientemente estava em Medina, cidade sob possessão de Hafsah e sede do governo do califado), ordenou a este que, com três outros, transcrevesse seu manuscrito para sete outras réplicas exatas e enviasse uma cópia para cada província, com a ordem de que todos os outros de todos os outros manuscritos do Qur'an existentes fossem queimados (Sahih al Bukhari, vol. 6, p. 479). Os códices de Abdullah ibn Mas'ud e Ubayy ibn Ka'b foram particularmente execrados e destruídos."
John Gilchrist, estudioso seriíssimo das Tradições, no seu JAM AL-QUR'AN  (A Codificação do texto do Corão)
Nota:
Sendo cristão, o autor e estudioso das Tradições Islâmicas citado jamais faria uso da Taqiyya (Mentira para favorecimento da religião). E isso é de fundamental importância para a devida compreensão da necessidade e oportunidade de sua obra. 
.
II - SIMPLIFICANDO AO MÁXIMO 02 (Ou Apontamento Para A Devida Compreensão das Implicações da Definição do Que Sejam Escrituras Sagradas Para A Formação de Um Cânone):
.                                                                                
Na definição dos livros do ANTIGO TESTAMENTO, os quais compõem hoje a BÍBLIA HEBRAICA, rabinos fariseus se reuniram em JÂMNIA (na antiga "Palestina Romana"), entre o final do século I e o início do Século II. Importava mesmo que fossem dos fariseus, uma vez que o outro grupo de influência desde os tempos de Jesus, os saduceus, era composto por "crentes" incrédulos.
O Messias Jesus Cristo já tinha dito aos saduceus: "Vocês erram, desconhecendo as Escrituras e o poder de Deus." (EVANGELHOS)  Logo, a incredulidade (Extremo oposto da fé.), aliada ao desconhecimento das Escrituras, previamente os desqualificava para tão importante mister. Já sobre os fariseus, Jesus ensinou aos discípulos Dele: "Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam." (EVANGELHOS DE MATEUS 23:3)
Nessas poucas palavras, Jesus define como ESCRITURAS (sagradas) o que os fariseus, crendo, ensinavam: os LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO.
O ensino dos fariseus era muito rigoroso e detalhado. Todavia, dada a hipocrisia, pregavam para os outros e não para si mesmos. E é preciso também informar que Jesus fez referência (E algumas com citações.) a quase todos os livros constantes da atual Bíblia Hebraica, principalmente a Torah e o Livro do Profeta Isaías. Este fato que por si somente inviabiliza considerável parcela da crítica que alguém possa achar que se deva fazer ao que se convencionou chamar CONCÍLIO DE JÂMNIA. Pois sobre as Escrituras bíblicas do Antigo Testamento, não haveria ninguém com maior autoridade do que Jesus (O Verbo divino e assim reconhecido até pelo Alcorão!) para questioná-las. Ele, porém, todavia, no entanto, não o fez.
.
III - SIMPLIFICANDO AO MÁXIMO 03 (Outro Apontamento Extra Para A Devida Compreensão das Implicações da Definição do Que Sejam Escrituras Sagradas Na Formação de Um Cânone):
.
1 - Antes da definição dos 27 livros que comporiam o NOVO TESTAMENTO, no Século IV (Anos Trezentos), estas obras estiveram em circulação, no meio cristão em geral, desde que foram escritas: de meados ao final do Século I. Evidente que em nada, teologicamente falando, elas se destoam elas entre si: tais obras têm por FUNDAMENTO o ensino de Jesus Cristo. E o que disse o Messias e sobreviveu integralmente até hoje consta dos quatros EVANGELHOS bíblicos (Mateus, Marcos, Lucas e João).
E não é só isso: o Antigo Testamento serve de fundamento para o Novo. Somente naquele há mais de TREZENTAS PROFECIAS em referências à pessoa e à obra de Jesus Cristo. E, dentre as mesmas, consta, p. ex., o advento do NOVO TESTAMENTO (Concerto ou Aliança), nos livros do PROFETA JEREMIAS (31:31-34), ISAÍAS (49:8-23) e MALAQUIAS (3:1); o que corrobora a sua instituição nos EVANGELHOS de Mateus (26: 27-28), de Marcos (14:22-26) e de Lucas (22:19-20); e o seu pleno reconhecimento pelo escritor da CARTA AOS HEBREUS, de leitura obrigatória sobre o assunto.
Os Evangelhos bíblicos já constavam de um CÂNONE e estavam em circulação nas igrejas nos tempos de Irineu de Lyon, meados do Século II d.C. (Anos Cem). E, além do fator DATAÇÃO (Século I.), outro requisito importantíssimo na escolha dos livros foi a AUTORIA: precisavam ter  a  AUTORIDADE APOSTÓLICA. Ou seja, somente foram admitidos livros escritos pelos primeiros apóstolos (No caso, um dos DOZE.) ou por alguém que esteve ligado aos mesmos. E, logicamente, tendo deles o RECONHECIMENTO (Caso de Paulo e, por extensão, Lucas.) e/ou por eles JAMAIS CONTESTADOS. E isso não aconteceu com os escritos dos pseudo-cristãos gnósticos. João (Segunda Carta, capítulos 2 e 4.), assim como Paulo (Carta aos Colossenses, etc.) os combate. E, dentro dessa mesma premissa, o Concílio de Jerusalém (LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS, capítulo 15.), desautorizaria, enquanto ensinamento autenticamente cristão, o ensino dos ditos cristãos judaizantes.
VAMOS COMPARAR?
No Islam, a QUESTÃO MASUD VERSUS HUDHAIFA E ZAID, mais o consequentemente descontentamento do povo para com a ordem de UTHMAN (para a QUEIMA DOS ALCORÕES), vai no sentido inverso de tudo o que estou expondo sobre a Bíblia Judaica e o Novo Testamento. Para a imposição compilação do Alcorão de Zaid (Ou das SOBRAS do mesmo que teria sobrevivido, diria IBN UMAR.), teria preponderado o ATO POLÍTICO e não, como deveria ser, uma DECISÃO TEOLÓGICA . Se é que assim possamos dizer de um livro como o Alcorão).
.
2 - Na referida decisão, o mínimo que se podia esperar era que fossem ouvidos e respeitados em suas opiniões:
i - Os principais RECITADORES e, depois, compiladores apontados como tais pelo próprio profeta do Islamismo: MASUD, UBAY IBN KAB, dentre outros.
ii - Os FAMILIARES de Muhammad (Maomé), além de ALI, genro deste e esposo de FATIMAH. É fato que, assim como Ali, teriam sido compiladoras também algumas das esposas do profeta do Islam: desde a preferida AISHA, a própria HAFSAH e UMN SALAMA.
iii - Os AMIGOS PRÓXIMOS (Caso, p.ex., de ABU MUSA AL-ASHARI.) e outros, por algum motivo, também qualificados. Certamente, estes (Se a história da compilação é mesmo verdadeira.) sabiam do Alcorão bem mais do que o terceiro califa.
UTHMAN somente retomaria ao projeto de BAKR, o primeiro califa, pressionado por um Comandante de Guerra (HUDHAIFA) e devido as circunstâncias observada por este.
A IMPOSIÇÃO do Alcorão de Zaid Ibn Thabit não teria sido em consequência de um projeto continuado e nem sequer proposto pelo próprio Maomé. Tal projeto, que deveria (Mas, não foi.) ter sido iniciado com o profeta do Islamismo, poderia ter passado de um califa para outro califa. TODAVIA, o segundo (UMAR) simplesmente relegou ao ostracismo o Alcorão de Zaid, o mesmo que o Islamismo alega hoje ter em mãos. E, ainda mais estranhamente, o quarto califa e genro de Maomé seria assassinado pelos seus "irmãos" muçulmanos, dando origem à grande divisão na religião, o XIISMO.
.
3 - Voltando à formação do NOVO TESTAMENTO: AUTORIA e DATAS são conferidas e verificadas, através de uma consistente TRADIÇÃO. É o que se apura nos ESCRITOS DOS CRISTÃOS APOSTÓLICOS, PÓS-APOSTÓLICOS E PRÉ-CATOLICISMO (no sentido de tempo), os chamados pais da Igreja. E os critérios foram, como já vimos, muito rigorosos. Tanto que não entraram livros do Século II, quando os DOZE e também Paulo tinham morrido e já não havia alguém dentre os mesmos para oferecer, fosse o caso, a devida contestação. Somente no CONCÍLIO DE HIPONA, 393 d.C., é que o cânone foi fechado. E, obviamente, por uma DECISÃO TEOLÓGICA de anos após anos de discussões. E, sobre tudo, levando-se em conta e ratificando (E não retificando.) a TRADIÇÃO que vinha desde os tempos apostólicos.
Os livros que hoje compõem a Bíblia (Trinta e nove do V.T. e os Vinte e sete do N.T.), antes mesmo do Concílio de Hipona e dos que o precederam constavam das mais antigas TRADUÇÕES e MANUSCRITOS.
.
4 - Dos quatro Evangelhos bíblicos, que dão base para a aceitação do Novo Testamento, somente o EVANGELHO DE LUCAS é, como o ALCORÃO DE ZAID, uma COMPILAÇÃO. Os outros são relatos de TESTEMUNHAS OCULARES. Sendo que Marcos, além de morador de Jerusalém e sobrinho de Barnabé, colaborou com Pedro, Paulo e o próprio Barnabé. E Pedro o tinha na conta de um filho (ATOS 12:12; 13:1-5; COLOSSENSES 4:10; 1PEDRO 5:13; 2TIMÓTEO 4:11). Segundo Papias, escritor cristão do início do Século II, o evangelista teve Pedro por sua fonte de informação (Evidência, Macdowel).
.
5 - Até mesmo em relação ao EVANGELHO DE LUCAS, a discutível COMPILAÇÃO DO ALCORÃO de Zaid leva enorme desvantagem. No meu Resposta Ao Islã (O Que Todo Cristão Precisa Saber Sobre O Islamismo & Sobre A Sua Própria Fé) - Vol. 01, traço o seguinte paralelo:
.
"1 – COMPILADOR IMPOSTO E CONTESTADO.
O compilador do Alcorão imposto ao Islã por Uthman foi contestado por Mas’ud, considerado pelo próprio Maomé como uma das principais autoridades, em se tratando do livro considerado sagrado pelo Islã.
2 – COMPILADOR DESCRENTE. O próprio Zaid descrê na sua capacidade para fazer a compilação e, vendo as dificuldades, alega ser mais fácil transportar montanhas de um a outro lado. E os motivos dele precisam ser seriamente considerados, visto não haver na Arábia uma tradição de escribas, como a já milenar e em nível de excelência, existente na Palestina daquela época.
3 – O TRABALHO DE ZAID EQUIVALERIA TECNICAMENTE AO DO EVANGELISTA E HISTORIADOR LUCAS (1:1-4 e Atos 1: 1-3).
a - O problema é que Zaid foi contestado por uma das principais testemunhas oculares e tida pelo “profeta” como autoridade máxima no assunto. Lucas, pelo contrário: foi cooperador de Paulo na sua obra missionária. E se Paulo teve seu trabalho reconhecido por Pedro, um dos principais entre os Doze, com Lucas, por extensão, acontece o mesmo. De forma que Pedro reconhece Paulo, que autoriza Lucas. Tal não aconteceu com Zaid ibn Thabit.
b - Além disso, há dois evangelhos atribuídos a um dos Doze: João e Mateus.
c - Assim como no tempo de Zaid, no tempo de Lucas existiram outras narrativas (orais ou manuscritas) sobre as palavras e feitos de Jesus Cristo. Tais narrativas, por certo que tiveram valor relativo e circulação restrita entre os cristãos; porém, não se tornaram de uso continuado e de larga utilização nas igrejas, através do tempo. Nem foram transcritas continuamente, até serem reunidas em códices, como o Sinaítico, Alexandrino e Vaticano. Todavia, não se tem notícias de que fossem execradas por um dos Doze ou que fossem queimadas pelos apóstolos. Já no que diz respeito ao Alcorão e às versões expurgadas do mesmo, as perguntas que ficam são as seguintes:
1 - Subtraiam e/ou acrescentavam versos ou suras inteiras?
2 - Havia alterações consideráveis, que os modificavam em sua inteireza ou essencialidade?
3 - Não eram autênticas ou seriam também “perfeitas cópias custodiadas no céu” (Ou na casa de Hafsah?), como se atribuiu à duvidosa versão de Zaid?
Mas somos informados por ibn Abi Dawud (Kitab al-Masahif) que a própria versão “perfeita”, sancionada por Uthman, sofreria modificações, feitas por Al-Hajjaj ibn Yusuf, sob as ordens do califa Abd al-Malik..."
.
6 - Todo esse arrazoado até aqui e ainda sem entrar no mérito da questão serve do necessário COMPARATIVO entre o que seja uma DECISÃO DE CUNHO TEOLÓGICO e um ATO MERAMENTE POLÍTICO, precipitado por uma circunstância inesperada. Entre uma DECISÃO COLEGIADA e por quem teria o verdadeiro conhecimento de causa e uma AÇÃO IMPOSITIVA e sob pressão  espúria. E, esta última, um ato político de quem, estando no poder, sequer dignou-se em ouvir os principais expoentes do assunto (Alcorão.) e nem as comunidades que tinham àquelas compilações (Que não a de Zaid.) como palavra do deus Allah.
.
7 - Narrou Masruq: Abdullah Ibn Masud foi mencionado antes de Abdullah Ibn Amr, que disse: "Esse é um homem a quem ainda amo, como eu ouvi o Profeta (saw), dizer: 'Aprenda a recitação do Alcorão de quatro: Abdullah Ibn Masud _ Ele começou com ele. _ Salim, o liberto de Abu Hudhaifa, Muadh Ibn Jabal e Ubay Ibn Kab'."
(BHKHARI, VOL. 05, pág. 96).
.
IV - AS RAZÕES DE HUDHAIFA & A IMPOSIÇÃO DO ALCORÃO DE UM NOVATO, SEM O RESPALDO DOS PRINCIPAIS.
.
- "Ó Chefe dos Crentes! Salve esta nação antes que eles difiram sobre o Livro (Alcorão) como os judeus e os cristãos fizeram antes '. Então Uthman enviou uma mensagem a Hafsa, dizendo: 'Envie-nos os manuscritos do Alcorão para que possamos compilar os materiais do Alcorão em cópias perfeitas e devolver os manuscritos para você'. Hafsa enviou-o para Uthman. Uthman então ordenou que Zaid ibn Thabit, Abdullah bin az-Zubair, Said bin al-As e Abdur-Rahman bin Harith bin Hisham reescrevessem os manuscritos em cópias perfeitas. Uthman disse aos três homens Quraishi: "Caso você discorde de Zaid bin Thabit em qualquer ponto do Alcorão, escreva-o no dialeto dos Coraixitas, pois o Alcorão foi revelado em sua língua". Eles o fizeram e, quando escreveram muitas cópias, Uthman devolveu os manuscritos originais a Hafsa. Uthman enviou a cada província muçulmana uma cópia do que haviam copiado, e ordenou que todos os outros materiais do Alcorão, fossem escritos em manuscritos fragmentados ou cópias inteiras, fossem queimados."
(John Gilchrist, citando Sahih al-Bukhari, Vol. 6, p.479).
.
1 - Como foi visto inicialmente, o Comandante de Guerra teria percebido DISPUTAS ENTRE MUÇULMANOS das diferentes províncias quanto à RECITAÇÃO (Mas... Apenas recitação?) do Alcorão. E fosse mesmo esse o motivo, ele não passa, dadas as implicações, de uma RAZÃO DAS MAIS INCONSISTENTES.
Ora, o que teria a ver RECITAÇÃO (Modos de dizer um texto.) com possíveis diferenças (VARIANTES e/ou VARIAÇÕES) textuais?
Em suma: nada! Isso caso as diferenças estivessem apenas nas maneiras de se dizer um mesmo texto constante dos Alcorões de diferentes compiladores.
Não era caso, conforme ainda veremos nesse Alcorão: Apontamentos Para Uma Crítica Interna & Externa.
Todavia, as "razões" de Hudhaifa trazem uma PRIMEIRA IMPLICAÇÃO. Hoje o Alcorão não é apenas RECITADO em dialetos, mas, também, em IDIOMAS DIFERENTES. E, dentre de alguns desses mesmos idiomas, DIALETOS QUE GERAM RECITAÇÕES DIFERENCIADAS.
Há como a recitação ser a mesma???
Absolutamente não!
.
2 - A SEGUNDA IMPLICAÇÃO encontra-se na evidência da primeira (Se assim podemos dizer.) COMPILAÇÃO DE ZAID ter sido relegada ao OSTRACISMO.  E tempos depois, vindo à luz, ter sido REJEITADA PELO PRINCIPAL RECITADOR (E também compilador.)  apontado por Maomé. E sobre tudo, na TERCEIRA E ÚLTIMA IMPLICAÇÃO, o fato dos manuscritos de outros compiladores adquirirem o status de “palavra de Allah” em importantes províncias do califado.
E se a questão estivesse resumida apenas à RECITAÇÃO e não ao próprio TEXTO, qual a necessidade de um DECRETO TÃO DRÁSTICO, como foi o da QUEIMA DOS ALCORÕES???
 Afinal, foram para o fogo as compilações dos principais recitadores apontados pelo próprio Maomé. E há, ainda, que se perguntar: Seria mesmo escolhida a compilação de Zaid, se Maomé ainda estivesse vivo?
Este é o tipo de pergunta (Conforme o título de uma das minhas obras...) cuja resposta precisa soar mais alto que o silêncio islâmico e do que as contradições corânicas. E reforça ainda mais a inconsistência das razões de HUDHAIFA e o ato político de UTHMAN; anulando, com todas as consequências que se possa imaginar, a credibilidade teológica do Alcorão que o Islamismo alega ter hoje em mãos. Não bastasse ser o livro de um profeta comprovadamente mentiroso; o qual se disse predito numa profecia já cumprida 500 anos na pessoa de Jesus Cristo (DEUTERONÔMIO 18:18, JOÃO 5:45-46 e ATOS 3:18-24 X SURA 7:157).
.
3 - OS PRINCIPAIS RECITADORES E COMPILADORES:
- SALIM: era um ex-escravo de Hudhaifa e teria sido o primeiro a transformar o Alcorão (Ou às sobras do mesmo que teria sobrevivido, diria Ibn Umar.) num manuscrito.
- UBAY IBN KAB: conhecido como o mestre da récita e teria o seu Alcorão adotado na Síria.
- ABU MUSA AL-ASHARI: era amigo próximo de Maomé e teria o seu Alcorão adotado em Basra (Iraque).
- ABDULLAH IBN MASUD: simplesmente O ÚNICO DOS SEGUIDORES DO PROFETA A RECITAR O ALCORÃO EM VOZ ALTA EM MECA, quando ainda vivia Maomé (IBN ISHAQ, Sirat Rasulullah, pág. 141).
- Além destes, as Tradições aponta cerca de uma dezena de OUTROS COMPILADORES.
.
4 - AS INFORMAÇÕES sobre que seria uma revisão(?) da COMPILAÇÃO DE ZAID, auxiliada e monitorada por obscuros personagens (E não pelos principais recitadores-compiladores que teriam sido apontados por Maomé.) dizem que UTHMAN teria devolvido os manuscritos à HAFSAH. E nada seria mais justo do que aquele PRIMEIRO MANUSCRITO DE ZAID, de novo entregue à HAFSAH, ser conservado.
MAS...
Cadê os manuscritos devolvidos à viúva de Maomé, após a feitura das outras cópias?
Foram também para o fogo???
Se a resposta for afirmativa, o Islamismo não tem em mãos:
i - O Alcorão referido no próprio Alcorão (QUESTÃO INICIAL);
ii - O Alcorão "completo e perfeito" na sua compilação, ordenada pelo primeiro califa, desprezada pelo segundo e que somente teria sido retomada pelo terceiro por pressão de um comandante de guerra (QUESTÃO IBN UMAR);
iii - E nem os originais do manuscrito de Zaid ibn Thabit, tendo-se em vista as alterações (Diríamos correções???) feitas nos mesmos, quando da feitura das cópias (a partir dele produzidas), enviadas às principais províncias.
CONCLUSÃO ÓBVIA:
O ISLAMISMO MANDOU PARA O FOGO quaisquer que pudessem ser O MANUSCRITO ORIGINAL do Alcorão que hoje a religião alega ter em mãos. E tal manuscrito, feito em PERGAMINHO (Diferentemente do manuscrito original de todos os livros bíblicos, os quais foram feitos em PAPIRO, e este material se desintegrava com em média duzentos de manuseio....), poderia, assim como deveria, ter sido conservado até os dias de hoje; mas.... não foi.
E será por quê???
.
5 - QUAIS SERIAM AS DIFERENÇAS  do manuscrito entregue e, depois, devolvidos à Hafsah das sete cópias?
Não houve mesmo diferença entre uma e outra cópia, sabendo-se que toda reprodução de livros tidos por sagrados é um trabalho humano e, por isso mesmo, passível de erros??
E quais as diferenças entre o manuscrito sob a custódia de Hafsah, as cópias e os Alcorões que foram para o fogo???
Poderia mesmo o Islamismo responder?
Absolutamente, não!
Assim como a religião sequer pode responder QUAL SERIA O ALCORÃO VERDADEIRO? As sobras do que teria sobrevivido ou um dos mais de dez (Incluindo os dos principais recitadores-compiladores que teriam sido apontados por Maomé...) que foram para o fogo???
.
6 - O ISLAMISMO PODERÁ ALEGAR não ter havido correção no manuscrito sob a custódia de HAFSAH. E que o mesmo, embora fosse a compilação inicial de ZAID (no califado de BAKR) apenas teria servido para a reprodução das cópias. Fosse mesmo o caso, não haveria a necessidade dos obscuros auxiliares e monitores de ZAID receberem de UTHMAN a seguinte recomendação:
"Caso discordem de Zaid ibn Thabit em qualquer ponto do Alcorão, escrevam no dialeto dos Coraixitas, pois o o Alcorão foi revelado nessa língua."
Temos, então, em primeiro lugar e da boca do próprio califa a POSSIBILIDADE (Ou realidade?) DE DISCORDÂNCIAS textuais na compilação.
Mas, quem deveria ser os indicados para dirimi-las? Os escolhidos de UTHMAN ou os recitadores-compiladores apontados por Maomé???
O Islamismo também não terá como responder.
E porque escrever ou reescrever no dialeto coraixita, em que teria sido "revelado" o Alcorão? Não deveria ser exatamente nesse dialeto que ZAID deveria ter feito a sua compilação, no califado de BAKR?? Afinal, em que dialeto ele teria escrito (Anotava.) a "inspiração do apóstolo"???
.
7 - Cabe, por fim, insistir: Por que o Islamismo não conservou os MANUSCRITOS DE HAFSAH (Ou o primeiro e sem correções de Zaid)??? Ele, sim, seria (na circunstância da imposição política em detrimento da necessária decisão teológica) os originais do livro que o Islamismo alega hoje ter em mãos.
Mas, isso não significa que seria o verdadeiro ou o mais indicado.
ENTÃO, VALE DE NOVO, REPETIR:
Estamos lidando com uma IMPOSIÇÃO POLÍTICA, em detrimento de mais do que necessária DECISÃO TEOLÓGICA. E sem que na mesma fossem ouvidos os principais recitadores-compiladores que teriam sido apontados por Maomé. E, dentre estes, aquele que teria sido o único a recitar o Alcorão em voz alta em Meca, quando o profeta do Islamismo ainda vivia. Tal imposição também não levou em conta os familiares e amigos mais próximos de Maomé, alguns deles também recitadores-compiladores. Penso ser impossível a religião encontrar uma  minimamente JUSTIFICATIVA ACEITÁVEL, sem que tenha de recorrer, como é de costume, à TAQIYYA: mentira para favorecimento da religião.
É como diz John Gilchrist, no seu Enfrentando O Desafio Muçulmano, eles são inculcados a pensar que o Alcorão seria um livro completo e exatamente como teria sido "revelado" a Maomé; sem que nada do mesmo fosse retirado ou adicionado; o que serviria de prova de que se trata da infalível Palavra de Deus, a quem a religião supõe ser Allah. TUDO PORÉM, pelo o até aqui exposto e pelo o que ainda será, NÃO PASSA DE UMA GRANDE MENTIRA!
(FIM)


LIVROS 
(DEFESA DA FÉ CRISTÃ Contra Os Ataques do Islamismo):

1 – MANUAL DEFESA DA FÉ CRISTÃ
(Contra os Ataques do ISLAMismo)  - Abril, Abril e Maio 2017

VOL.  01
http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2017/04/vol01-manual-defesa-da-fe-crista-contra_28.html

VOL. 02
http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2017/04/vol-02-manual-defesa-da-fe-crista_29.html

VOL. 03
http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2017/05/vol-03-manual-defesa-da-fe-crista.html 

2 - MAOMÉ: PREDITO NA BÍBLIA?
(O Que Dizem As Sagradas Escrituras) 
http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2016/04/livro-completo-maome-predito-na-biblia.html

MAOMÉ: PREDITO NA BÍBLIA? (O Que Dizem As Escrituras.) - Apresentação & Índice  
http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2016/03/maome-predito-na-biblia-o-que-dizem-as.html

3 – A BÍBLIA & O ISLÃ: 50 PERGUNTAS 

(Cujas Respostas Precisam Soar Mais Alto Que O Silêncio Islâmico & do Que As Contradições Corânicas)
http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2015/12/a-biblia-o-isla-50-perguntas-cujas.html

- A BÍBLIA & O ISLÃ: 50 PERGUNTAS 

Introdução & Índice
http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2015/11/a-biblia-o-isla-50-perguntas-introducao.html

4 - RESPOSTA AO ISLÃ (O Que Todo Cristão Precisa Saber Sobre O Islamismo & Sobre A Sua Própria Fé).

VOL. 01:
http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2014/07/vol-01-resposta-ao-isla-sobre-as.html

- AOS AMANTES DA VERDADE:
Introdução a RESPOSTA AO ISLÃ - Vol. 01  
http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2014/07/aos-amantes-da-verdade-introducao.html

VOL. 02

http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2014/08/vol-02-resposta-ao-isla-comparacao.html

- QUEM É JESUS & QUEM É MAOMÉ? (II)
Introdução Completa a RESPOSTA AO ISLÃ - Vol. 02 
http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2014/09/quem-e-jesus-quem-e-maome-ii-introducao.html

VOL. 03

http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2014/10/resposta-ao-isla-vol-03-sobre-doutrina.html 

- INTRODUÇÃO Resposta Ao Islã - Vol. 03 
MONOTEÍSTAS? ATÉ OS DEMÔNIOS O SÃO. É PRECISO REVELAR O CARÁTER DE DEUS.  
http://missaoimpactar.blogspot.com.br/2014/09/introducao-resposta-ao-isla-vol-03.html 

 

.
IMPORTANTE:
Caso o leitor queira nos abençoar, leia
ESTE MINISTÉRIO APOLOGÉTICO & SUA COOPERAÇÃO, publicado em AGOSTO de 2019:
https://missaoimpactar.blogspot.com/2019/08/este-ministerio-apologetico-sua.html?m=1 

OUTRA OPÇÃO DE AJUDA:
Faça um PIX sem compromisso pras seguintes chaves:


OU:

m.madsaiin.ebook@gmail.com

"Pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo."
(2 CORINTIOS 6: 10)

Nenhum comentário:

Postar um comentário