sábado, 8 de março de 2014

“ISLÃ X BÍBLIA” 3-B: SOBRE A TRINDADE: RÉPLICA A AMYR ALY JULAYA


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1/ O leitor que vem nos acompanhando sabe: esta série de artigo visa assinalar e analisar algumas impropriedades (No ponto de vista bíblico.), as quais  o Islã de Amyr Aly Julaya e companhia acha que pode dar status de verdade. Acadêmica, teológica, etc. Como se o fato de se repetir à exaustão uma inverdade pudesse lhe mudar a condição.
Razão pela qual, cabe recapitular:  no primeiro artigo, refutamos com inúmeras evidências bíblicas afirmações de Amyr, conforme eu disse, beiram à irresponsabilidade intelectual, para  dizer o mínimo. Coisas tipo “Para um cristão, Deus tinha que assumir a forma humana para compreender a tentação e o sofrimento humano, mas o conceito não é baseado em quaisquer palavras claras de Jesus.”  No segundo, demonstramos o quanto Amyr Aly Julaya se equivocou em citar passagem do Livro do profeta Isaías fora do contexto, ignorando o restante do próprio livro. E, principalmente, as profecias constantes daquele, as quais fundamentam a fé cristã na vinda do Messias (Deus na forma humana) e Sua obra salvadora. De forma que afirmações tais “A morte de Jesus não traz nem expiação do pecado, nem é de forma alguma o cumprimento de profecia bíblica”, receberam a devida resposta.

Já no terceiro artigo da série, analisamos a parte de maior interesse da postagem de Amyr Aly Julaya, tentando esta combater a doutrina bíblica da Trindade. Digo interessante, porque a devida réplica também nos proporcionou um pertinente aprofundamento no mistério de Deus vindo em forma humana. E pudemos, mais uma vez, observar como o Islã, ao tentar

negar verdades profetizadas em todo o Antigo Testamento e testificadas no Novo, precisa se apegar a questões menores e sem razão de ser. Como se o próprio Alcorão não reconhecesse a Jesus como imaculado, e o Messias e o Verbo divino. E isso por si, se analisado com um mínimo de coerência, anula todo o discurso contrário à pessoa (divina) e obra (redentora) de Cristo Jesus.


2/ Meses atrás, prometi  fazer a defesa apologética da Doutrina bíblica de Deus. Doutrina essa a que os cristãos pós-apostólicos e pré-Catolicismo Romano bem a definiram como Trindade. Aconteceu a certa altura da polêmica que Valdeci Garcia e eu estamos travando com Amy, Satar, Bebane e companhia, no grupo do Facebook, A SALVAÇÃO Em CRISTO JESUS. E conforme eu disse, tal ensinamento é possível de ser analisado até mesmo numa perspectiva corânica. Fosse o Alcorão um livro minimamente coerente; e não tão exacerbadamente contraditório, como é.

Eu esperava, após as réplicas (E cabe lembrar que a nenhuma delas foi oferecida tréplica.), tratar do assunto, mais didaticamente. Vejo não ser mais preciso. Tal defesa doutrinária acabou por permear todos os meus escritos, pelo fato de nossos oponentes tentarem, continuamente em suas postagens, negar a condição divina (Deidade.) de Jesus Cristo e Sua obra redentora. De modo que nas principais séries de artigos, a defesa e a apologética estão muito presentes. Sem que haja, portanto,  a necessidade de se escrever tão minuciosamente sobre o tema.

Todavia, se há artigos em que a matéria já está pontualmente esclarecida são os escritos em réplica às postagens de Anacleto Bebene e alguns da série 7 de 50 Perguntas. A  despeito disso, quero aproveitar o restante dessa réplica para também cumprir àquela promessa. Antes, porém, é preciso, creio que pela última vez, voltamos a palavras de Amyr Aly Julaya, uma vez que suas últimas considerações e citações bíblicas são dignas de atenção.


PALAVRAS DE AMYR ALY JULAYA 04:


“Seria impossível para qualquer parte de Deus, mesmo se encarnado, se decompor em qualquer forma e continuar sendo considerado Deus. O eterno, Deus único, em todo ou em parte, não morre, desintegra ou se decompõe:

Malaquias 3:6 “Porque eu, o Senhor,  não mudo;”

A carne de Jesus resistiu após sua morte? A menos que o corpo de Jesus nunca tenha sofrido “deterioração” durante sua vida ele não poderia ser Deus, mas se ele não sofreu “deterioração” então ele não era verdadeiramente humano.

[1] “Adão, que era filho de Deus.” (Lucas 3:38)
[2] “Israel é meu filho, meu primogênito.” (Êxodo 4:22)
[3] “Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho.” (2 Samuel 7:13-14)
[4] “porque sou pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito.” (Jeremias 31:9)
[5] “Filhos sois do Senhor, vosso Deus;” (Deuteronômio 14:1)”


Problemas Adicionais Com A Trindade



3/ RÉPLICA EM TRÊS TEMPOS:


1 – SOBRE DEUS EXISTINDO NA FORMA HUMANA. Conforme vimos, no artigo anterior, NÃO se pode dizer biblicamente que a parte do prepúcio de Jesus, tirada da circuncisão, assim como os seus pelos, cabelos e unhas crescidas sofreram ou não deterioração. O assunto é irrelevante ao Espírito Santo, inspirador dos escritores do Novo Testamento (João 14: 25-25 / II Pedro 1: 20-21) diante das evidências manuscritas de:

a) Sua morte e ressurreição (Evangelhos);

b) Presença por quarenta dias com os discípulos e principais testemunhas (I Coríntios 15: 3-9)

c) Ascensão visível aos Céus, promessa de Sua volta e o cumprimento da promessa da vinda do Espírito Santo (Lucas 24 e Atos, capítulos 1 e 2).

Mas a tendência lógica de interpretação, entendo, é que aquilo que não mais pertenceu a essencialidade de Jesus (Parte do prepúcio, unhas crescidas e cortadas, assim como pelos e cabelos, etc.) possa sim ter sofrido deterioração. Pelo simples fato de que o Todo-poderoso (Apocalipse 1: 8), assumiu verdadeiramente a forma humana, tendo nascido (no aspecto humano) de uma mulher, conforme as profecias (Gênesis 3: 9-15, Isaías 7: 14 e 9:6). Herdou, portanto a nossa natureza; e, nesse aspecto, foi igual a cada um de nós. Por exemplo, sentindo dores e cansaço (João 4:6). Jesus somente NÃO foi humano no sentido de ter em Si a natural pecaminosidade que herdamos por hereditariedade de nossos pais. Isso porque Ele foi gerado em Maria, não de José ou homem algum, mas do Espírito Santo (Mateus, capítulo 01). E até o Alcorão reconhece o nascimento virginal e miraculoso (Sura 19: 16-22).

Amyr diz:


“Seria impossível para qualquer parte de Deus, mesmo se encarnado, se decompor em qualquer forma e continuar sendo considerado Deus. O eterno, Deus único, em todo ou em parte, não morre, desintegra ou se decompõe:
Malaquias 3:6 “Porque eu, o Senhor,  não mudo;”


Fôssemos levar ao pé da letra as palavras e o conceito de Amyr NÃO haveria o que fazer, por exemplo, com os dejetos naturalmente rejeitados pelo corpo humano de Jesus Cristo. Por exemplo, um monumento???



Amyr diz:  


“Seria impossível para qualquer parte de Deus, mesmo se encarnado, se decompor em qualquer forma e continuar sendo considerado Deus. O eterno, Deus único, em todo ou em parte, não morre, desintegra ou se decompõe:”

Ora, Deus é um ser; não é uma coisa. Deus NÃO tem partes; mas essencialidades. Quando dizemos que Jesus Cristo é Deus (E as Sagradas Escrituras não podem mentir, e, além disso, os testemunhos são literais.), estamos dizendo que Ele é Deus em essência; não uma parte ou extensão da divindade. Quem quis dividir a divindade em partes foi o desinformado Maomé. E até confundiu a Triunidade bíblica com uma suposta família (Pai, Filho e Maria), à qual somente uma concepção maculada de Deus poderia conceber.

Quando o Senhor diz que não muda, Ele não está dizendo não poderia deixar Sua forma espírito e tomar a forma humana. Tanto que sempre o fez, tão somente para identificar-se e se comunicar com os homens. Ele está dizendo que não muda em seu caráter.


QUANTO A TOMAR A FORMA HUMANA, acontecia no Éden e aconteceu no Antigo Testamento:


- Gênesis 3:8  “E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.”


Observe que se Deus se manifestasse a Adão e Eva por outra forma, que não a humana, nossos primeiros pais jamais conceberiam a ideia de que não seriam vistos por Ele, escondendo-se por detrás das árvores. Situação semelhante, quanto à manifestação visível de Deus, aconteceu com Abrão, conforme o relato de Gênesis 18. Ele (Em verdade, Jesus em teofanias, segundo e seguindo a correta interpretação bíblica.) trata com Abraão: prometi-lhe um filho e este anuncia a destruição de Sodoma.


AGORA, QUANTO A NÃO MUDAR EM SEU CARÁTER, misericordioso, fiel e verdadeiro no cumprimento de Suas promessas.  Ao contrário de Allah, que quer ser Deus verdadeiro e, ao mesmo tempo, dissimulador como Satanás (Sura 4:157-158 versus João 8: 43-45). A parte seguinte do verso citado por Amyr (Malaquias 3:6),  deixa isso bastante claro:


- Malaquias 3:6  “Pois eu, o Senhor,  não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.”


Logo, não é uma questão de forma; mas de essencialidade (caráter).



2 – SOBRE O ATO DE DEUS MORRER PELOS PECADORES:


 “Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue.”

                                                                                     Atos 20:28

PALAVRAS DE AMYR:

“O eterno, Deus único, em todo ou em parte, não morre, desintegra ou se decompõe”.


Aparentemente, as palavras de Amyr são contundentes, verdadeiras e lógicas. Têm, porém, um grande problema: NÃO estão de acordo com o ensinamento das Sagradas Escrituras. Além do mais  (Ou também por isso???), AMYR CONFUNDE A MORTE SACRIFICIAL DE JESUS COM A DETERIORAÇÃO FÍSICA, comum aos homens, por decaída natureza, pecadores. Sem saber que tal deterioração NÃO houve e nem poderia: era o que já havia sido predito mil anos antes por Davi.

Além do mais, sem ser contaminado pela condição humana, herdada por hereditariedade, o corpo físico de Jesus mais se assemelhou aos de Adão e Eva, quando estes foram criados em perfeição física e para viverem eternamente no Éden. E eles, somente passaram a sofrer doenças e o processo de envelhecimento natural até a morte física, após pecarem.

Qual era a recomendação divina?


 - “ Gênesis 2:16-17  “Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”


Deixaram Adão e Eva de existir e até de procriarem? Não. Então, teria Deus mentido? Também não. Mas ao pecar, eles passaram o sofrer em si o gradual processo da deterioração física que (a todos) conduz à morte física. Tornaram também suscetíveis às enfermidades. E, mesmo sendo perdoados e podendo obter a salvação pela fé na promessa do Redentor (Gênesis 3: 9-15), forma expulsos do Paraíso.
Por quê???
Agora traziam em si e passaram por hereditariedade aos descendentes a natureza pecaminosa. Por causa dessa mesma natureza, Satanás (Dissimulador e homicida desde o Princípio.) foi expulso da presença de Deus, tornando-se o tentador e adversário dos homens. E não é de se admirar que a pregação de inverdades (no ponto de vista bíblico) e imposição da religiosidade (com ameaça de morte) sempre caracterizou as religiões. Até mesmo as dita cristãs, quando desviadas da verdade apostólica. Caso, por exemplo, do Catolicismo romano  e a Inquisição.

Ao Paraíso, presença santa de Deus, não se concebe coisas do tipo enterros ou os haréns corânicos. Até porque, afirmou Jesus, ali não se casam e nem se dá em casamento; não todos como os anjos nos céus.


AMYR TAMBÉM CONFUNDE A MORTE DE JESUS COM O ATO DE DEIXAR DE EXISTIR. Tal não acontece nem mesmo com o mais reles dos seres humanos. Não fosse desse modo, que sentido teria a promessa feita por Jesus, ao ladrão que morreu ao seu lado, também crucificado?


- Lucas 23: 39-43
“Então um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: Não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós.

Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação?

E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez.

Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.  Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.

Em resumo:  Morrer na Bíblia nunca foi deixar de existir. No sentido deixar de existir, Deus e nem mesmo qualquer ser humano o deixarão. O corpo físico de Jesus, em função dos sofrimentos que lhe foram causados, além do peso espiritual (por identificação) dos nossos pecados perdeu a vitalidade humana. Mas mesmo este ato, não foi apenas natural, no sentido causa e efeito. Foi, também, um ato de sacrifício e de entrega (sacrifício) em favor dos pecadores.


- Hebreus 9:13-15
“Porque, se a aspersão do sangue de bodes e de touros, e das cinzas duma novilha santifica os contaminados, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno SE OFERECEU A SI MESMO imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo?

E, por isso,  é mediador de um novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança eterna.

- João 10:17-18 
“Por isto o Pai me ama, porque DOU A MINHA VIDA PARA  A RETOMAR. NINGUÉM MA TIRA DE MIM, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la.”


- Heb 9:27-28 
“E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo,  assim também CRISTO, OFERECENDO-SE uma só para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.

Conclusão: Deus NÃO pode ser analisado em termos como todo ou parte, porque é um ser; não uma coisa. Além disso, deve ser biblicamente analisado e conhecido pelo o que essencialmente Ele é: espírito. E, enquanto espírito ou um ser espiritual, concordo  com Amyr, “não morre (Deixa de existir.),  desintegra ou se decompõe”. Todavia, ao assumir a forma humana, tendo nascido de mulher, para cumprimento de Sua própria Palavra, assumiu Ele, na pessoa de Jesus Cristo, toda a nossa condição; exceto a hereditária pecaminosidade.

Tal compreensão dos fatos NÃO se constituiu em, como quer Amyr, em problemas para a Trindade; antes, apenas nos amplia a compreensão do mistério de Deus revelado na Bíblia. Pois se não existisse em triunidade, não haveria como as profecias do Antigo Testamento em Jesus terem se cumprido, quando da Sua primeira vinda. E nem mesmo no que se diz respeito à segunda vinda, conforme ainda acontecerá:


 - Zacarias 12: 9-10
“E naquele dia, tratarei de destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém.   Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e de súplicas; e OLHARÃO PARA AQUELE A QUEM TRASPASSARAM, e o prantearão como quem pranteia por seu filho único; e chorarão amargamente por ele, como se chora pelo primogênito.”


No versículo em epígrafe, Paulo diz que Deus (a divindade) comprou a igreja com o seu próprio sangue. E de fato, toda a triunidade (ou trindade) divina esteve envolvida na obra da Redenção. Abdul Satar, por exemplo, em seus escritos, quer acusar  o Deus bíblico de sadismo. Não entendendo Deus como trindade, acha que o Pai teria criado Filho, para oferecê-Lo em sacrifícios pelos pecadores. E erra feio em três aspectos:

1º.) Atribui a Deus injustiça.

2º.) Ignora que o atributo Eternidade dado pela Bíblia, tanto a Jesus (O Pai da Eternidade, segundo Isaías 9:6) quanto ao Espírito Santo (Hebreus), não permite a interpretação de quem tenham sido criados. Pois o indicativo da palavra, no sentido deídico do termo, é sem princípio ou fim de existência. É desse modo que Deus existe na Bíblia; porém, em triunidade. E nem mesmo os títulos Filho de Deus e Filho do Homem, conforme veremos no próximo artigo, admitem o sentido de geração humana (e nem mesmo espiritual), de acordo com a concepção maculada de Deus, própria de um Maomé. Porém, de ser da mesma essência e possuir a mesma (ou uma só) natureza deídica. 

3º. Toda a Trindade esteve envolvida na redenção, do mesmo modo que esteve envolvida na criação (Gênesis 1:1-2 e 26. Logo, se vemos Deus em Sua essência de ser (espírito) e existindo em triunidade, conforme a revelação bíblica, não há nenhum problema para a doutrina bíblica de Deus. E quanto ao ato da Redenção, não se trata de um ato isolado de um Deus (o Pai) injusto ou sádico (Como quer, por exemplo, Abdul Satar.); e nem um ato, digamos de masoquismo do Filho (Coisa que a concepção errônea poderia inferir); porém, um ato de amor do Deus da Bíblia, em favor da Sua criação. Este ato a resgata da condição que Satanás tentou lhe impor (a natureza pecaminosa), a qual poderia afastá-la da presença e santidade de Deus por toda a Eternidade.


BREVÍSSIMA  SÚMULA TEOLÓGICA:



E ele  (JESUS) morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. De modo que, de agora em diante, a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano. Ainda que antes tenhamos considerado a Cristo dessa forma, agora já não o consideramos assim.
Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!
Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação."II Coríntios 5: 16-20


3 – A TRINDADE NUMA PERSPECTIVA CORÂNICA:


Escrevo em tese, como se o Alcorão fosse teológica e doutrinariamente coerente (o que não é). Fosse o Alcorão um livro coerente, seria realmente fácil analisar e compreender a doutrina bíblica de Deus, a que os cristãos pós-apostólicos e pré-Catolicismo definiram por Trindade. Senão, vejamos:

1 – Declarar Jesus Cristo como o Messias, tornar-se-ia obrigatório tê-Lo na conta de Deus e, ao mesmo tempo, homem. Como falou o Espírito Santo, através do apóstolo João, “Deus vindo em carne”. É dessa forma que as profecias do Antigo Testamento o apresenta (Gênesis 3: 9-5, Torá, Salmos e os profetas); e é este o testemunho apostólico a Seu respeito. Mas o Alcorão é incoerente ao ponto de, além de admitir Jesus Cristo como O Messias (Deus Salvador), também dar bom testemunho dos apóstolos (Sura 61: 14). Para, ao mesmo tempo, tentar contrariar tanto o testemunho profético quanto o apostólico sobre a pessoa (divina) e obra (redentora) de Jesus.

2 – Aceitar a Jesus Cristo como O Verbo de Deus (Sura 3: 45-50) implicaria em aceitar a Sua condição divina (Deidade). Pois, enquanto revelação (Fosse mesmo esse o caso do Alcorão.), tal declaração somente poderia ser feita em corroboração e corroborando os Evangelhos. E, mais, especificamente, João, capítulo primeiro:
No princípio era o Verbo. O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no  princípio com Deus. E todas as  coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que feito se fez.” (João 1: 1-3).

Agora, é evidente que a compreensão bíblica do verbo divino NÃO se faz de acordo com o pensamento islâmico. O Islã pensa o Alcorão um objeto (livro), que teria sido “custodiado em placas eternas no céu”. Logo, é forte na religião o culto ao objeto livro: cuidados ao seu manuseio; recitação priorizada ao estudo; e o estudo, sem, todavia, os questionamentos que o fator comunicação impõem: clarividência, lógica, coerência e revelação da pessoa e do caráter de quem realmente seria o seu autor. E não é de espantar (Ou mesmo vexatório) o culto a um deus assumidamente dissimulador (Sura 4: 157-158)???
Ao contrário da mentalidade islâmica, Jesus Cristo não é considerado o verbo divino por ser um livro (objeto); mas, porque é Deus. E o Deus da Bíblia é um ser comunicativo. Ele é, comunicante de saberes, princípios e, principalmente, do Seu caráter imaculado. Os princípios divinos deixam de ser subjetivos ou abstratos, quando postos em prática. E somente a prática de tais saberes e princípios em Jesus Cristo tomaram a dimensão da revelação perfeita de Deus aos homens. Logo, a maior comunicação (revelação) de Deus jamais seria apenas letras; até porque, como se diz, um gesto vale mais do que mil palavras:

Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo.
 O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas,”
Hebreus 1:1-3

Ora, o termo Verbo de Deus ou, conforme teria dito Allah, “o nosso Verbo”, quando se trata de um ser, termina por atribuir a Jesus Cristo eternidade. E eternidade no sentido deídico do termo (sem princípio ou fim de existência). Em algum momento da Eternidade a divindade deixou de ser comunicativa? Ou de possuir saberes e princípios a ser transmitidos às criaturas que traria à existência? Então, quando eu digo Verbo divino, estou tratando de um ser (e não de um objeto) eterno, o qual é próprio Deus. E tudo isso apenas reforça a doutrina  bíblica que os cristãos pós-apostólicos e pré-Catolicismo bem a definiram (à falta de um melhor termo, dada as limitações da inteligência humana) por Trindade.

Maomé ou quem escreveu o Alcorão deveria, então, antes de reconhecer a Jesus Cristo como O Messias, O Verbo de Deus e imaculado, deveria ter feito pelo menos três perguntas e procurado com os cristãos suas respectivas respostas:

a – Quem são O Messias ou O Verbo?
Deus. E Deus é um ser comunicativo. Primeiro deu-se a conhecer, através da criação (Salmo 19, Romanos 1, etc.); depois, através dos muitos profetas do Antigo Testamento; e, de modo perfeito, além de suportável e compreensível ao ser humano, através do Filho (Hebreus 1:1-3, João, capítulo primeiro, etc.)
b – Porque O Messias ou O Verbo se humanou?
Para cumprimento das profecias do Antigo Testamento e o testemunho apostólico, conforme o Novo Testamento.
C – E o que Ele veio fazer aqui?
Biblicamente falando, a Redenção humana.


Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu.
Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus,
os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.
Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.
João (BATISTA) dá testemunho dele. Ele exclama: "Este é aquele de quem eu falei: Aquele que vem depois de mim é superior a mim, porque já existia antes de mim". (Evangelho de João, o apóstolo,  1: 10-15).

Cabe mais uma vez lembrar: João Batista nasceu, no plano humano, primeiro do que Jesus (Lucas, capítulos  primeiro e segundo). E o seu testemunho está em conformidade com as palavras do próprio Jesus em João 8: 58: “Antes que Abraão existisse EU SOU” (Êxodo 3: 15)  

3 – Aceitar Jesus Cristo como imaculado, também implica em aceitá-lo Deus. Como já dissemos no artigo anterior, “Até o Alcorão admite o nascimento milagroso de Jesus Cristo e Sua condição de imaculado, tal como Adão e Eva foram criados e postos no Éden (3: 45-47). Logo a pergunta a ser feita,  NÃO é se de fato Deus se tornou humano, como que querendo contradizer, inútil e dissimuladamente as Sagradas Escrituras, como é típico do deus Allah (Sura 4: 157-158). Mas, por que, então, um nascimento virginal e miraculoso, para que fosse gerado apenas mais um ser humano, pecador por hereditariedade, sujeito a doenças e à decomposição física???”
Não consta das Escrituras que anjos tenham vivido toda uma existência humana. Nem que tenha nascido e humanamente morrido. Consta que apenas por um breve tempo, assumiram a forma dos humanos. Caso, por exemplo, dos dois anjos que acompanharam o Senhor (E este também humanizado) na Sua visita a Abraão (Gênesis 18).  Já a Satanás e seus demônios (Anjos decaídos da condição de pureza ou jiins, segundo a concepção islâmica.), quando querem agir “humanizados”, apropriam-se da personalidade dos seres humanos ou animais (Marcos, capítulo 5). E nos mesmos imprimem o seu caráter dissimulador e homicida (João 8: 43-45).

4 – Em algum momento da eternidade, Deus deixou de existir em santidade e como (o) Espírito??? Não. Logo, quem existe em Deus e como (essência de) Deus, teologicamente falando, é o próprio Deus. O mesmo princípio de interpretação teológica observado no primeiro capítulo de João é aplicável à pessoa do Espirito Santo. Pois quando estamos falando do Espírito Santo, estamos tratando de um ser. Tanto que o desinformado Maomé o confundiu com o ano Gabriel.  E não o faria se soubesse:
a) do testemunho do Antigo Testamento sobre a ação do Espírito Santo na Criação (Gênesis 1:1-3);
b) do testemunho apostólico sobre a Sua pessoa (Atos 5: 3-4);
c) E que ao Espírito também se atribui Eternidade e no sentido deídico do termo:
Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam exteriormente puros,  quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo!"
Hebreus 9: 13-14

Não se pode reconhecer o Espírito Santo, ou, conforme teria dito Allah, “o nosso Espírito” (Sura 19:17) e ignorar a Sua pessoa, ou os Seus atributos e a Suas principais obras: Criação e Redenção (Hebreus 9: 13-14 / I Pedro 1: 10-12).

5 – Aceitar a Jesus Cristo como O Messias, implica em aceitar a Sua obra redentora:
a) profetizada no Antigo Testamento;
b) Testemunhada nos Evangelhos;
c) Proclamada no Novo Testamento.

6 – Aceitar a Jesus Cristo como O Messias, implica em também aceita-Lo como Juiz de vivos e mortos, conforme  o testemunho:

a) do Antigo Testamento:
"Na minha visão à noite, vi alguém semelhante a um filho de um homem, vindo com as nuvens dos céus. Ele se aproximou do ancião e foi conduzido à sua presença.
A ele foram dados autoridade, glória e reino; todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu domínio é um domínio eterno que não acabará, e seu reino jamais será destruído.” Daniel 7: 13-14

b) do Novo Testamento:
Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus,
 que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se;
 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.
 E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!
Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra,
e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.”  Filipenses 2: 5-11

c) ao testemunho do próprio Jesus Cristo sobre a Sua deídica condição:

- “ Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres? ’
Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal! ’ " (Mateus 7: 22-23)

- “Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda.
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo’.
(...) Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos.’”

7 – EM TERMOS DE CONCLUSÃO:  Como se vê, é a incoerência corânica  (e não a compreensão bíblica da doutrina de Deus)  que se constituiria num problema para Trindade.

                              (Continua na próxima postagem).









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