sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ISLÃ X BÍBLIA 01: RESPONDENDO A ABDUL SATAR SOBRE AS EVIDÊNCIAS MANUSCRITAS DA BÍBLIA (& do Alcorão).

(Texto revisto em 11.11.2013.)

- Preliminares:
1/ No meio acadêmico ou em nossas  escolas de Teologia, dá-se o nome de EVIDÊNCIAS MANUSCRITAS a uma gama de documentos comprobatórios de que as Escrituras Sagradas tal como a temos hoje (Antigo e Novo Testamento) são as mesmas utilizadas pela igreja cristã do primeiro século. Em texto postado no Facebook, como parte da polêmica que ora está sendo travada no grupo A SALVAÇÃO Em CRISTO JESUS, Abdul Satar, fez alguns COMENTÁRIOS UM TANTO QUANTO EQUIVOCADOS, PORÉM, BASTANTE INTERESSANTES. Isto porque suas considerações NOS PROPORCIONAM UMA PERTINENTE COMPARAÇÃO.

E tal comparação  pode e deve ser feita entre: a) AS EVIDÊNCIAS MANUSCRITAS DA VIDA TERRENA DE JESUS, seja: o Novo Testamento, o qual trata exponencialmente sobre a sua existência terrena,  ensinamentos e conceito que Dele faziam os primeiros discípulos (João 20: 19 e 26-29) e b)  AS DOCUMENTAÇÕES EXISTENTES SOBRE A EXISTÊNCIA DE MAOMÉ. 

Entendendo que o ALCORÃO NÃO ESCLARECE QUASE QUE ABSOLUTAMENTE NADA SOBRE O CERCA DE MEIO DE SÉCULO DE VIDA DO “PROFETA DO ISLÔ, torna-se obrigatório ao estudioso apelar para “tradições islâmicas”. E dentre as mesmas, as suas biografias, no mundo islâmico conhecidas por SIRA e os HADIS (Ditos e feitos atribuídos ao mesmo).

2/ Indo mais um pouco além, PODEMOS ESTENDER A COMPARAÇÃO TAMBÉM COM O ALCORÃO. E temos que, levar em consideração os manuscritos de SAMARKAND E TOPKAPI. Estes manuscritos são tidos (Embora contraditoriamente, conforme veremos no decorrer desta nova séreie.) por grande parcela do Islã como exemplares da compilação ordenada pelo terceiro sucessor de Maomé, o califa Uthmãn, morto cerca de trinta e cinco anos após o “profeta do Islã” (656 d.C.). Um deles se encontra, se não me falha a memória,  no Uzbequistão e  o outro, na Turquia.
Do mesmo modo, SÃO TRÊS OS MANUSCRITOS MAIS ANTIGOS DAS ESCRITURAS SAGRADAS de judeus e cristãos, conforme as temos até os dias de hoje: 1- O CÓDIGO ALEXANDRINO, datado do século V d.C., disponível no Museu Britânico, Londres; 2 – O CÓDIGO SINAÍTICO, datado século IV d.C, também disponível no Museu Britânico; 3 – O CÓDIGO VATICANO, disponível na Biblioteca do Vaticano, datado também do século IV.

3/ ESTES CÓDIGOS (OU MANUSCRITOS DA BÍBLIA NA TOTALIDADE)  SÃO A PROVA IRREFUTÁVEL de que as Escrituras Sagradas nas mãos dos judeus e dos cristãos, já há  DUZENTOS ANTES DE MAOMÉ (570 -622 d.C.), eram o Novo e Velho Testamento que hoje conhecemos. E A ESTES PRINCIPAIS MANUSCRITOS AGREGASSE UMA DOCUMENTAÇÃO ENORME. Somente em termos de Novo Testamento: 5.686 manuscritos gregos; 10.000 Vulgatas latinas; 9.300 outros manuscritos, totalizando aproximadamente 25.000 cópias, sendo 230 manuscritos e fragmentos compilados antes do século VII, ou seja, antes do Alcorão.  
E É BOM SABER:
I - AS VULGATAS LATINAS são edições da Bíblia, utilizando para o Antigo Testamento a Septuaginta e para o Novo, manuscritos em Grego.
II -  NO II SÉCULO ANTES DE CRISTO FOI PUBLICADA A SEPTUAGINTA. E nesta tradução para o Grego do Antigo Testamento encontramo-lo tal como o temos hoje e mais: com as suas cerca de TREZENTAS PROFECIAS SOBRE JESUS, INCLUSIVE AS QUE TRATAM DA SUA DEIDADE E OBRA EXPIATÓRIA (Gênesis 3: 13-15; Levítico, Salmo 22, Isaías 53 e Daniel 9: 23-27 em conformação com Mateus 24: 15-28).
O autor da Carta aos Hebreus toma Septuaginta como referência, para esclarecer o quanto a pessoa a obra expiatória de Cristo se conformam à Tora, dando àquela tradução das Escrituras Sagradas o status de conservação da revelação verdadeiro. Já no Novo Testamento, apóstolo Pedro faz em relação aos escritos de Paulo, quando dá o testemunho constante de II Carta 3: 14-18.
III – E POR QUE SE TORNOU MAIS FÁCIL A CONSERVAÇÃO DOS MANUSCRITOS, A PARTIR DO SÉCULO QUARTO (Anos trezentos d.C.)?
Os manuscritos são raros, pois o pergaminho (feito de pele de animais), embora já existente,  tornou-se mais largamente utilizado no século IV. Antes, era mais utilizado  o papiro (formado por tiras vegetais intercaladas), o qual, quando muito manuseado, tinha vida útil de no máximo duzentos anos. Aos poucos, o papiro foi sendo substituído pelo pergaminho. E mesmo em se tratando do papiro, há data alguns ainda existentes do século II a.C. 
E foi em função da necessidade de conservação do Antigo Testamento que surgiu a classe e o ministério dos escribas; pois a cada dois séculos, no máximo, teria que serem feitas novas cópias dos livros constantes do Antigo Testamento. De sorte que nem mesmo o rolo de pergaminho que o senhor Jesus tomava, conforme o Seu costume, para ler na sinagoga de Nazaré (Lucas 4: 16-21), deixou de sofrer o mesmo processo de decomposição. E graças a Deus por isso: imagine se fosse preservado? Teria certamente virado objeto de idolatria por aqueles que se preocupam mais com o objeto do livro do que com a preservação e retransmissão de sua mensagem.

4/ Qualquer leitor de Atos dos Apóstolos perceberá ALGO MUITO IMPORTANTE NESTA QUESTÃO. Antes dos Evangelhos, de Atos, das Cartas (pastorais e universais) e do Apocalipse serem escritos, apenas décadas depois da ascensão de Cristo aos céus (Atos 1: 1-8 e Hebreu 1:1-4)  conforme admite até o próprio Abdul Satar, OS DISCÍPULOS CONVENCIAM AOS JUDEUS DE QUE JESUS CRISTO ERA O MESSIAS (DEUS SALVADOR) UTILIZANDO SOMENTE O ANTIGO TESTAMENTO. E o Antigo Testamento tal como o temos hoje (Atos 2: 14-36; 3: 15-26; 4: 23-31; 7: 1-53; 8: 26-40; 9: 22; 13: 13-41; 17: 1-3; 18: 2428).
De forma que as EVIDÊNCIAS MANUSCRITAS da Bíblia VÃO DE DUZENTOS ANTES DE CRISTO A TREZENTOS DEPOIS DA SUA ASCENSÃO AOS CÉUS. E tais evidências antecedem a Maomé e ao Islã em pelo menos duzentos anos.

5/ E QUAL É O TESTEMUNHO DE MAOMÉ, AINDA QUE CONTRADITÓRIO, SOBRE AS ESCRITURAS SAGRADAS DE JUDEUS E CRISTÃOS EXISTENTES NO SEU TEMPO?
I - Suras 5: 46-47 e 68: DE que OS PRÓPRIOS CRISTÃOS deveriam acreditar na Bíblia.
II - Suras 4: 136: de que OS PRÓPRIOS MUÇULMANOS DEVEM TAMBÉM deveriam crer.
III - Sura 29: 46: de que OS MUÇULMANOS NÃO DEVERIAM DISCUTIR com os cristãos.
IV - Suras 10: 94 e 21:7; de que OS MULÇUMANOS (E ATÉ O PRÓPRIO MAOMÉ) DEVERIAM RECORRER AOS CRISTÃOS E AOS JUDEUS em caso de dúvida.
V – Suras 6:34 e 50: 28-29: de que A PALAVRA DE DEUS NÃO MUDA. (Logo, as ESCRITURAS SAGRADAS DE JUDEUS E CRISTÃOS NÃO PODERIAM TER SIDO ALTERADAS. Pelos menos para quem entende ser importante a coerência no discurso.)
VI – Sura 61: 14: de que OS DISCÍPULOS FORAM APROVADOS POR DEUS E COMISSIONADOS POR JESUS CRISTO. (Sendo assim, o Alcorão deveria mostrar o mesmo Jesus dos Evangelhos e do Novo Testamento; não o contrário, como contraditoriamente faz. E nenhum islâmico encontra explicação convincente para este estranhíssimo caso.)
VII – de que OS JUDEUS ERRARAM AOS RENEGAR  JESUS. (E compreendendo que antes do Novo Testamento ter sido escrito, os discípulos utilizavam o Antigo para convencerem aos seus patrícios que Jesus era o profeta prometido por Moisés (Atos 3: 22-24), não caberia o Islã e nem Maomé reivindicar para si a profecia de Deuteronômio 18:18. Até porque o próprio Jesus Se reconhece como o profeta prometido por Moisés, em João 5: 45-47).


6/ Mesmo diante do acima exposto, Abdul Satar, assim como Amyr Aly Julaya, Anacleto Benane e Momade Gitane e mais alguns islâmicos modernos são sistemáticos nos seus ataques à Bíblia. Cabe, aqui, a REPRODUÇÃO DA POSTAGEM DE ABDUL SATAR, possivelmente “linkada” de algum site anti-crisão, nos seus aspectos mais interessantes:



"300 anos é muito tempo sabias?

Imaginem que há 200 anos atrás nem existia telefone no brasil e hoje cada brasileiro tem 2 celulares em média. Imagine que há 200 anos atrás não havia carros no brasil e hoje ficamos presos em engarrafamentos. Imaginem que há 200 anos atrás não existia futebol e hoje em dia é o esporte mais popular do mundo movimentando bilhões de dólares.

Portanto, em 200 anos, muuuuita coisa acontece.


Depois da partida de Jesus as pessoas transmitiram oralmente a sua história e depois de algumas décadas escreveram sobre ele. Eu vou enumerar umas questões para facilitar a vida de quem por acaso queira comentar

1 - Os evangelhos são tecnicamente anônimos. Não foram assinados e, em um deles, o suposto autor teria se referido a si mesmo em 3ª pessoa. A maioria dos especialistas dão os evangelhos como tecnicamente anônimos e a única razão para atribuir os evangelhos gregos a Mateus, Marcos, Lucas e João são os testemunhos de bispos romanos. Alguns desses chamaram maria de Mão de Deus, uma incoerência que os protestantes renegam, porém aceita outras afirmações deles cegamente.



2 - Escreveram as palavras de Jesus em grego, idioma que ele não falou. Portando, o teólogo que se debruça em análises profundas sobre os significados das palavras do evangelho, está no mínimo se enganando a si mesmo, pois está analisando profundamente palavras que Jesus não disse. O que nos permite dizer, também, com toda certeza, que os evangelhos da bíblia não possuem nenhuma única palavra que realmente tenha sido dita por Jesus.



 3 - A bíblia que temos hoje é baseada em manuscritos de 300 anos depois de Jesus. Os manuscritos legíveis dos evangelhos bíblicos são de 300 anos depois de Jesus. Antes, desse período, são pouco e apenas fragmentos, alguns tão pequenos quanto uma caixa de fósforo e até o ano 300 não há nenhum manuscrito que tenha um único capítulo completo. Ou seja, não sabemos como esses evangelhos eram antes disso.



 4 - Quase a totalidade das pessoas que ouviram Jesus e o conheceram pessoalmente eram falantes do aramaico e hebraico. Porém não há nenhum escrito dessas milhares (talvez milhões) de pessoas que viram e ouviram Jesus pessoalmente."

                                  (de: ABDUL SATAR, "300 ANOS É MUITO TEMPO SABIAS?", 05/11/2013 às 18:43, Facebook - grupo A SALVAÇÃO Em Cristo Jesus. https://www.facebook.com/groups/451501171573444/)

7 – Bem: aparentemente, mas somente aparentemente, Abdul Satar teria alguma razão nalguma de suas (ou quem redigiu o texto acima) colocações. Passarei, na medida do meu possível, a responder-lhe nas próximas postagens. Instarei por observar o prazo de uma semana. Devo lembrar ao leitor que ainda não pude terminar outras duas séries de artigos que venho publicando em réplica a esse tipo de ataque sistemático, irrefletido e chegado à beira da irresponsabilidade intelectual.
DEVO, PORÉM, ADIANTAR:
I  – NÃO foram  bispos romanos (Quer dizer da Igreja Católica, surgida no século IV.) que atribuíram autoria aos evangelhos; antes, eles apenas atestaram toda uma tradição, iniciada pelos próprios contemporâneos dos autores.
II – Abdul Satar esquece que o Cristianismo já nasceu com um caráter universal. De forma que NÃO importava impor o Aramaico à sua forma de comunicação. Era mais pertinente alcançar os confins da Terra, como ordenou Jesus, utilizando o idioma Grego. Tal idioma cumpria naquele tempo o papel do Inglês nos dias de hoje. Evangelho significa Boas Novas de Salvação; e boas notícias precisam ser bem comunicadas e entendidas aonde quer que elas chegam. Pense na internet hoje e imagine se somente fosse possível comunicar-se na mesmo através em Árabe tradicional? Chegaríamos a algum lugar? É possível que 90% dos islâmicos não falem o Árabe.
III – A BÍBLIA, TAL COMO A TEMOS NOS DIAS DE HOJE É A PROVA MAIS CABAL DE QUE O SENHOR (Êxodo 3: 15) AGE SOBERANAMENTE NA HISTÓRIA. E pelo simples fato de que Ele vela por Sua Palavra para a  cumprir.
Até Moisés, os fatos mais importantes da História do início da vida no planeta  até os seus dias (Cerca de 1500 a.C.) foram retransmitidos entre os judeus, através da tradição oral. Embora haja em outras culturas hieróglifos e placas, corroborando a existência de alguns, dentro da ótica, evidentemente, de cada povo. Mais tarde, a classe dos escribas judeus surgiu da necessidade de ser conservar a Palavra de Deus através de manuscritos, porque estes sempre ensejaram maior segurança que a oralidade. Os papiros duravam em média duzentos anos; apenas depois da utilização dos pergaminhos, a partir do século IV, tornou-se possível a maior durabilidade dos manuscritos.
SOMENTE UMA CONCEPÇÃO TACANHA DE DEUS pode ignorar que a Bíblia (tal como a temos hoje)  é o único livro que conserva os fatos mais importantes da História humana, desde Adão e Eva. Se formos, por exemplo, buscá-los no Alcorão, o que encontraremos? Histórias e estórias fora do contexto;  em contradição com as escrituras anteriores; anacronismos; conceitos errados sobre Deus, o homem e a salvação; informações em conflito; contradição do livro em si mesmo; erros científicos e até matemáticos; além de copidesques do Talmude e outras fontes extra-bíblicas terem ganho o status de nova revelação. Logo, não é pelo Alcorão que um bom conhecedor da verdadeira revelação Deus irá se orientar.
IV – O próprio evangelista Lucas atesta que, já no seu tempo, houve muitos relatos sobre a vida de Jesus (1:1-4). De forma que os testemunhos e narrativas surgiram já nas primeiras décadas após a ascensão do Senhor. Nem todas as narrativas ganharam o status de inspiradas por Deus. E nem estas, por exemplo,  receberam um aval como  o que Pedro dá aos escritos de Paulo.
Somente o fato de NÃO terem sido preservadas ou tornadas de uso corrente no meio da comunidade cristã, já demonstra o agir de Deus preservando o que deveria ser preservado e levando o Seu povo a refugar o que deveria ser refugado.
Nesse mister, nada aconteceu com a formação do Novo Testamento diferente do que aconteceu com a do Antigo. Como a Palavra de Deus permanece para sempre, a permanência desses livros apenas dão testemunho do agir de Deus em favor a integridade dos mesmos. Não se pode ler a Bíblia tendo de Deus uma concepção tacanha.


AGORA EM NÍVEL DE CONCLUSÃO DESTA PRIMEIRA PARTE: As críticas de Abdul Satar não têm razão de ser diante do testemunho, ainda que contraditório, do próprio Alcorão sobre as Sagradas Escrituras de judeus e cristãos (sura 10:94, entre tantas outras ). E ESTÁ HISTORICAMENTE COMPROVADO que a Bíblia existente no tempo de Maomé é a mesma que temos hoje. CASO, PORÉM, Abdul Satar e o Islã moderno queiram insistir em tese contrária, eles se colocam numa posição bastante incômoda: precisam dar conta de pelos menos da Torá que julgam ser verdadeira e do suposto evangelho escrito em aramaico por Jesus.  SERIA  AOS MESMOS QUE OS MUÇULMANOS (E ATÉ O “PROFETA DO ISLÔ.) DEVERIAM RECORRER EM CASO DE DÚVIDA. E se os tinham em mãos, por que não os conservaram?



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