(Texto revisto em 11.11.2013.)
- Preliminares:
- Preliminares:
1/
No meio acadêmico ou em nossas escolas
de Teologia, dá-se o nome de EVIDÊNCIAS MANUSCRITAS a uma gama de documentos
comprobatórios de que as Escrituras Sagradas tal como a temos hoje (Antigo e
Novo Testamento) são as mesmas utilizadas pela igreja cristã do primeiro
século. Em texto postado no Facebook, como parte da polêmica que ora está sendo
travada no grupo A SALVAÇÃO Em
CRISTO JESUS , Abdul Satar, fez alguns COMENTÁRIOS UM TANTO
QUANTO EQUIVOCADOS, PORÉM, BASTANTE INTERESSANTES. Isto porque suas
considerações NOS PROPORCIONAM UMA PERTINENTE COMPARAÇÃO.
E tal comparação pode e deve ser feita entre: a) AS EVIDÊNCIAS MANUSCRITAS
DA VIDA TERRENA DE JESUS, seja: o Novo Testamento, o qual trata exponencialmente
sobre a sua existência terrena, ensinamentos e conceito que Dele faziam os primeiros
discípulos (João 20: 19 e 26-29) e b) AS
DOCUMENTAÇÕES EXISTENTES SOBRE A EXISTÊNCIA DE MAOMÉ.
Entendendo que o ALCORÃO NÃO ESCLARECE QUASE QUE ABSOLUTAMENTE NADA SOBRE O
CERCA DE MEIO DE SÉCULO DE VIDA DO “PROFETA DO ISLÔ, torna-se obrigatório ao
estudioso apelar para “tradições islâmicas”. E dentre as mesmas, as suas
biografias, no mundo islâmico conhecidas por SIRA e os HADIS (Ditos e feitos atribuídos
ao mesmo).
2/
Indo mais um pouco além, PODEMOS ESTENDER A COMPARAÇÃO TAMBÉM COM O ALCORÃO. E
temos que, levar em consideração os manuscritos de SAMARKAND E TOPKAPI. Estes
manuscritos são tidos (Embora contraditoriamente, conforme veremos no decorrer
desta nova séreie.) por grande parcela do Islã como exemplares da compilação
ordenada pelo terceiro sucessor de Maomé, o califa Uthmãn, morto cerca de
trinta e cinco anos após o “profeta do Islã” (656 d.C.). Um deles se encontra,
se não me falha a memória, no Uzbequistão e o outro, na Turquia.
Do
mesmo modo, SÃO TRÊS OS MANUSCRITOS MAIS ANTIGOS DAS ESCRITURAS SAGRADAS de
judeus e cristãos, conforme as temos até os dias de hoje: 1- O CÓDIGO
ALEXANDRINO, datado do século V d.C., disponível no Museu Britânico, Londres; 2
– O CÓDIGO SINAÍTICO, datado século IV d.C, também disponível no Museu
Britânico; 3 – O CÓDIGO VATICANO, disponível na Biblioteca do Vaticano, datado
também do século IV.
3/
ESTES CÓDIGOS (OU MANUSCRITOS DA BÍBLIA NA TOTALIDADE) SÃO A PROVA IRREFUTÁVEL de que as Escrituras
Sagradas nas mãos dos judeus e dos cristãos, já há DUZENTOS ANTES DE MAOMÉ (570 -622 d.C.), eram
o Novo e Velho Testamento que hoje conhecemos. E A ESTES PRINCIPAIS MANUSCRITOS
AGREGASSE UMA DOCUMENTAÇÃO ENORME. Somente em termos de Novo Testamento: 5.686 manuscritos gregos; 10.000 Vulgatas latinas; 9.300 outros
manuscritos, totalizando aproximadamente 25.000 cópias, sendo 230
manuscritos e fragmentos compilados antes do século VII, ou seja, antes do Alcorão.
E
É BOM SABER:
I
- AS VULGATAS LATINAS são edições da Bíblia, utilizando para o Antigo
Testamento a Septuaginta e para o Novo, manuscritos em Grego.
O
autor da Carta aos Hebreus toma Septuaginta como referência, para esclarecer o
quanto a pessoa a obra expiatória de Cristo se conformam à Tora, dando àquela
tradução das Escrituras Sagradas o status de conservação da revelação
verdadeiro. Já no Novo Testamento, apóstolo Pedro faz em relação aos escritos
de Paulo, quando dá o testemunho constante de II Carta 3: 14-18.
III
– E POR QUE SE TORNOU MAIS FÁCIL A CONSERVAÇÃO DOS MANUSCRITOS, A PARTIR DO
SÉCULO QUARTO (Anos trezentos d.C.)?
Os manuscritos são raros, pois o pergaminho (feito
de pele de animais), embora já existente, tornou-se mais largamente utilizado no século IV. Antes, era mais utilizado o papiro (formado
por tiras vegetais intercaladas), o qual, quando muito manuseado, tinha vida
útil de no máximo duzentos anos. Aos poucos, o papiro foi sendo substituído pelo pergaminho. E mesmo em se tratando do papiro, há data alguns ainda existentes do século II a.C.
E foi em função da necessidade de conservação do
Antigo Testamento que surgiu a classe e o ministério dos escribas; pois a cada
dois séculos, no máximo, teria que serem feitas novas cópias dos livros
constantes do Antigo Testamento. De sorte que nem mesmo o rolo de pergaminho
que o senhor Jesus tomava, conforme o Seu costume, para ler na sinagoga de
Nazaré (Lucas 4: 16-21), deixou de sofrer o mesmo processo de decomposição. E
graças a Deus por isso: imagine se fosse preservado? Teria certamente virado
objeto de idolatria por aqueles que se preocupam mais com o objeto do livro do que
com a preservação e retransmissão de sua mensagem.
4/
Qualquer leitor de Atos dos Apóstolos perceberá ALGO MUITO IMPORTANTE NESTA
QUESTÃO. Antes dos Evangelhos, de Atos, das Cartas (pastorais e universais) e
do Apocalipse serem escritos, apenas décadas depois da ascensão de Cristo aos
céus (Atos 1: 1-8 e Hebreu 1:1-4) conforme
admite até o próprio Abdul Satar, OS DISCÍPULOS CONVENCIAM AOS JUDEUS DE QUE
JESUS CRISTO ERA O MESSIAS (DEUS SALVADOR) UTILIZANDO SOMENTE O ANTIGO
TESTAMENTO. E o Antigo Testamento tal como o temos hoje (Atos 2: 14-36; 3: 15-26;
4: 23-31; 7: 1-53; 8: 26-40; 9: 22; 13: 13-41; 17: 1-3; 18: 2428).
De
forma que as EVIDÊNCIAS MANUSCRITAS da Bíblia VÃO DE DUZENTOS ANTES DE CRISTO A
TREZENTOS DEPOIS DA SUA ASCENSÃO AOS CÉUS. E tais evidências antecedem a Maomé
e ao Islã em pelo menos duzentos anos.
5/
E QUAL É O TESTEMUNHO DE MAOMÉ, AINDA QUE CONTRADITÓRIO, SOBRE AS ESCRITURAS
SAGRADAS DE JUDEUS E CRISTÃOS EXISTENTES NO SEU TEMPO?
I
- Suras
5: 46-47 e 68: DE que OS PRÓPRIOS CRISTÃOS deveriam acreditar na Bíblia.
II - Suras 4: 136: de que OS PRÓPRIOS MUÇULMANOS DEVEM
TAMBÉM deveriam crer.
III - Sura 29: 46: de que OS MUÇULMANOS NÃO DEVERIAM
DISCUTIR com os cristãos.
IV
- Suras
10: 94 e 21:7; de que OS MULÇUMANOS (E ATÉ O PRÓPRIO MAOMÉ) DEVERIAM RECORRER
AOS CRISTÃOS E AOS JUDEUS em caso de dúvida.
V – Suras 6:34 e 50: 28-29: de que A
PALAVRA DE DEUS NÃO MUDA. (Logo, as ESCRITURAS SAGRADAS DE JUDEUS E CRISTÃOS
NÃO PODERIAM TER SIDO ALTERADAS. Pelos menos para quem entende ser importante a
coerência no discurso.)
VI – Sura 61: 14: de que OS DISCÍPULOS
FORAM APROVADOS POR DEUS E COMISSIONADOS POR JESUS CRISTO. (Sendo assim, o
Alcorão deveria mostrar o mesmo Jesus dos Evangelhos e do Novo Testamento; não
o contrário, como contraditoriamente faz. E nenhum islâmico encontra explicação
convincente para este estranhíssimo caso.)
VII
– de que OS JUDEUS ERRARAM AOS RENEGAR
JESUS. (E compreendendo que antes do Novo Testamento ter sido escrito,
os discípulos utilizavam o Antigo para convencerem aos seus patrícios que Jesus
era o profeta prometido por Moisés (Atos 3: 22-24), não caberia o Islã e nem
Maomé reivindicar para si a profecia de Deuteronômio 18:18. Até porque o
próprio Jesus Se reconhece como o profeta prometido por Moisés, em João 5:
45-47).
6/
Mesmo diante do acima exposto, Abdul Satar, assim como Amyr Aly Julaya,
Anacleto Benane e Momade Gitane e mais alguns islâmicos modernos são sistemáticos nos seus
ataques à Bíblia. Cabe, aqui, a REPRODUÇÃO DA POSTAGEM DE ABDUL SATAR,
possivelmente “linkada” de algum site anti-crisão, nos seus aspectos mais interessantes:
"300 anos é muito
tempo sabias?
Imaginem que há 200 anos atrás nem existia telefone no brasil e hoje cada
brasileiro tem 2 celulares em
média. Imagine que há 200 anos atrás não havia carros no
brasil e hoje ficamos presos em engarrafamentos. Imaginem
que há 200 anos atrás não existia futebol e hoje em dia é o esporte mais
popular do mundo movimentando bilhões de dólares.
Portanto, em 200 anos, muuuuita coisa acontece.
Depois da partida de Jesus as pessoas transmitiram oralmente a sua história e
depois de algumas décadas escreveram sobre ele. Eu vou enumerar umas questões
para facilitar a vida de quem por acaso queira comentar
1 - Os evangelhos
são tecnicamente anônimos. Não foram assinados e, em um deles, o suposto autor
teria se referido a si mesmo em 3ª pessoa. A maioria dos especialistas dão os
evangelhos como tecnicamente anônimos e a única razão para atribuir os
evangelhos gregos a Mateus, Marcos, Lucas e João são os testemunhos de bispos
romanos. Alguns desses chamaram maria de Mão de Deus, uma incoerência que os
protestantes renegam, porém aceita outras afirmações deles cegamente.
2 - Escreveram as palavras de Jesus em grego, idioma que ele não falou.
Portando, o teólogo que se debruça em análises profundas sobre os significados
das palavras do evangelho, está no mínimo se enganando a si mesmo, pois está
analisando profundamente palavras que Jesus não disse. O que nos permite
dizer, também, com toda certeza, que os evangelhos da bíblia não possuem
nenhuma única palavra que realmente tenha sido dita por Jesus.
3 - A bíblia que temos hoje é baseada em manuscritos de 300 anos depois
de Jesus. Os manuscritos legíveis dos evangelhos bíblicos são de 300 anos
depois de Jesus. Antes, desse período, são pouco e apenas fragmentos, alguns
tão pequenos quanto uma caixa de fósforo e até o ano 300 não há nenhum
manuscrito que tenha um único capítulo completo. Ou seja, não sabemos como
esses evangelhos eram antes disso.
4 - Quase a totalidade das pessoas que ouviram Jesus e o conheceram
pessoalmente eram falantes do aramaico e hebraico. Porém não há nenhum escrito
dessas milhares (talvez milhões) de pessoas que viram e ouviram Jesus
pessoalmente."
(de: ABDUL SATAR, "300 ANOS É MUITO TEMPO SABIAS?", 05/11/2013 às 18:43, Facebook - grupo A SALVAÇÃO Em Cristo Jesus. https://www.facebook.com/groups/451501171573444/)
7
– Bem: aparentemente, mas somente aparentemente, Abdul Satar teria alguma razão
nalguma de suas (ou quem redigiu o texto acima) colocações. Passarei, na medida
do meu possível, a responder-lhe nas próximas postagens. Instarei por observar
o prazo de uma semana. Devo lembrar ao leitor que ainda não pude terminar
outras duas séries de artigos que venho publicando em réplica a esse tipo de
ataque sistemático, irrefletido e chegado à beira da irresponsabilidade intelectual.
DEVO,
PORÉM, ADIANTAR:
I
– NÃO foram bispos romanos (Quer dizer da Igreja Católica,
surgida no século IV.) que atribuíram autoria aos evangelhos; antes, eles
apenas atestaram toda uma tradição, iniciada pelos próprios contemporâneos dos
autores.
II
– Abdul Satar esquece que o Cristianismo já nasceu com um caráter universal. De
forma que NÃO importava impor o Aramaico à sua forma de comunicação. Era mais pertinente
alcançar os confins da Terra, como ordenou Jesus, utilizando o idioma Grego.
Tal idioma cumpria naquele tempo o papel do Inglês nos dias de hoje. Evangelho
significa Boas Novas de Salvação; e boas notícias precisam ser bem comunicadas
e entendidas aonde quer que elas chegam. Pense na internet hoje e imagine se
somente fosse possível comunicar-se na mesmo através em Árabe tradicional? Chegaríamos
a algum lugar? É possível que 90% dos islâmicos não falem o Árabe.
III – A BÍBLIA, TAL COMO A TEMOS NOS DIAS DE HOJE É A PROVA MAIS CABAL DE QUE O
SENHOR (Êxodo 3: 15) AGE SOBERANAMENTE NA HISTÓRIA. E pelo simples fato de que
Ele vela por Sua Palavra para a cumprir.
Até
Moisés, os fatos mais importantes da História do início da vida no planeta até os seus dias (Cerca de 1500 a .C.) foram
retransmitidos entre os judeus, através da tradição oral. Embora haja em outras
culturas hieróglifos e placas, corroborando a existência de alguns, dentro da
ótica, evidentemente, de cada povo. Mais tarde, a classe dos escribas judeus
surgiu da necessidade de ser conservar a Palavra de Deus através de manuscritos,
porque estes sempre ensejaram maior segurança que a oralidade. Os papiros
duravam em média duzentos anos; apenas depois da utilização dos pergaminhos, a
partir do século IV, tornou-se possível a maior durabilidade dos manuscritos.
SOMENTE
UMA CONCEPÇÃO TACANHA DE DEUS pode ignorar que a Bíblia (tal como a temos hoje)
é o único livro que conserva os fatos
mais importantes da História humana, desde Adão e Eva. Se formos, por exemplo,
buscá-los no Alcorão, o que encontraremos? Histórias e estórias fora do contexto;
em contradição com as escrituras
anteriores; anacronismos; conceitos errados sobre Deus, o homem e a salvação;
informações em conflito; contradição do livro em si mesmo; erros científicos e
até matemáticos; além de copidesques do Talmude e outras fontes extra-bíblicas
terem ganho o status de nova revelação. Logo, não é pelo Alcorão que um bom
conhecedor da verdadeira revelação Deus irá se orientar.
IV – O próprio evangelista Lucas atesta que, já no seu tempo, houve muitos relatos
sobre a vida de Jesus (1:1-4). De forma que os testemunhos e narrativas
surgiram já nas primeiras décadas após a ascensão do Senhor. Nem todas as
narrativas ganharam o status de inspiradas por Deus. E nem estas, por exemplo, receberam um aval como o que Pedro dá aos escritos de Paulo.
Somente
o fato de NÃO terem sido preservadas ou tornadas de uso corrente no meio da
comunidade cristã, já demonstra o agir de Deus preservando o que deveria ser
preservado e levando o Seu povo a refugar o que deveria ser refugado.
Nesse
mister, nada aconteceu com a formação do Novo Testamento diferente do que
aconteceu com a do Antigo. Como a Palavra de Deus permanece para sempre, a
permanência desses livros apenas dão testemunho do agir de Deus em favor a
integridade dos mesmos. Não se pode ler a Bíblia tendo de Deus uma concepção
tacanha.
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