NOTA: versão final e revista ( em relação à publicada 29.05.2013).
Leitura:
II Samuel 12; Apocalipse 2: 12-16 e 20-25.
8.1.
Costuma acontecer. E, quando ocorre, parece que a fé perde o seu chão e
intimamente nos perguntamos Por quê? Ou: Onde Deus estava?
Eu era
adolescente, neófito nas coisas do Senhor e, conseqüentemente, triunfalista. E
fiquei chocado com o fato de uma jovem ter sido violentada, quando voltava de
um culto. Há alguns anos atrás, na minha cidade aconteceu algo tão terrível com
a filha ainda bem menina de um casal cristão, que o acontecimento ganhou
repercussão nacional e internacional. Até veio a se tornar num referencial da
luta pela categorização e punição dos crimes hediondos em nosso país, em função
da posterior militância político-social da mãe.
Lembro-me
ainda, mais recentemente, do testemunho de certo pastor, num dos cultos da
igreja onde congrego. Contou-nos de como ele e sua família reagiram, quando
tiveram a casa invadida e a filha, na flor de sua juventude, abusada. Veja que
não estamos falando de casos ocorridos em países onde a perseguição contra os
cristãos é ferrenha. Sabe-se que em tais lugares a polícia não se presta à
investigação ou à punição dos culpados. E violência dessa e outra natureza,
quando não praticada, é objeto da complacência ou da aprovação dissimulada (Ou
até mesmo declarada.) de fundamentalistas religiosos.
8.2.
Acontece. E, como não encontramos resposta satisfatória, passamos às seguintes
indagações: Que fez tal pessoa ou a
família para “merecer”? A sabedoria bíblica nos faz entender que
Deus não é injusto para com seus filhos, nem mesmo quando permite, em Sua
soberania, que tais coisas aconteçam. Por mais que aos nossos olhos pareça
inexplicável.
Em
verdade, sou testemunha de que tudo absolutamente tudo, à exceção,
evidentemente do pecado, cooperam para bem daqueles que amam a Deus, conforme é
taxativa A Palavra. De minha parte, quando sucedeu de eu ter presenciado àquele
fato horrível de que faço menção na introdução deste livro, olhando por todos
os ângulos, pareceu-me impraticável, na parte que me toca, aplicar-lhe Romanos
8: 28. Hoje, entendo que, se eu não tivesse presenciado o que presenciei,
exatamente naquelas circunstâncias, teria por certo recalcitrado.
Talvez
eu me enchesse de melindres em (e ao) entregar à igreja do Senhor Jesus a
palavra de sabedoria que ora entrego. Pois tenho plena consciência de que é um
ensinamento desconcertante para boa parcela da nossa cristandade. Atingida em
cheio nos seus conceitos culturais, os quais definem suas opiniões sobre moda
feminina, pudor e santidade.
Na
verdade, todas as coisas cooperam não apenas para o nosso bem, particularmente
falando; mas para o bem do corpo de Cristo por inteiro. E essa foi a tônica do testemunho dado pelo
pastor a que referi, nos contando de como a filha superou o trauma. Ela é hoje
uma mulher casada, mãe de filhos, feliz sexualmente com o marido porque, no
momento mais traumático de sua existência, encontrou graça sobre graça (João 1: 16-18) para perdoar aos agressores e
suplicar ao Senhor Jesus para que nada daquilo viesse a comprometer a sua
felicidade futura de esposa e mulher.
8.3. A despeito do exposto até aqui, como se eu
tivesse a presunção de me passar por um advogado de YHWH, sei que as perguntas
ainda inquietam; logo, jamais parecerão suficientemente respondidas. Até porque
é preciso estar muito perto do Senhor Jesus para reagir como reagiu a filha
daquele pastor. Qualquer outra irmã, com uma visão triunfalista da fé, talvez a
própria fé abandonasse. Ou, quem sabe, não entraria num terrível e demorado
conflito, até conseguir liberar perdão e permitir ao Senhor Jesus sará-la no
seu emocional, tão fortemente abalado. E não é para menos. Mas as perguntas
permanecem: Por quê? Onde estava Deus,
que não mandou Seus anjos, para socorro? Não está escrito que o Anjo do Senhor (Cristo em teofanias, creio.)
acampa-se ao redor dos que O temem e os
livra? Ou: Que fez, então, a pessoa e sua família para merecer?
Esquecemo-nos
de que as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque
elas não têm fim e se renovam a cada manhã. E não só disso (Ainda citando o
profeta Jeremias.), mas também: “Por que, pois se queixa o homem vivente?
Queixe-se cada um pelos seus próprios pecados (Lamentações 3: 39)” Mas quais? O sangue de Jesus Cristo não os
cobriu todos?
8.4. É
certo que o cristão autêntico, na plenitude da graça não vive na prática de
faltas graves ou para morte, como assegura João. Mas também é fato que nossa
participação apenas subjetiva nos pecados de uma coletividade, ainda que tidos
por aceitáveis ou mesmo nem considerados como tal, fortalecem mazelas e a
proliferação de abominações no meio em que vivemos (Romanos 1: 16-32). Como bem
quer os poderes das trevas, o nosso grau de adesão dá legalidade a espíritos
territoriais e dominadores da cultura; além de diminuir-nos a autoridade
espiritual. E pode Deus permitir, por disciplina ou provação, que sejamos
também vitimados (Apocalipse 2: 12-17).
A
cultura brasileira, a exemplo da civilização pré-diluviana, não se tornou
sexista e violenta por um caso. Houve todo um processo histórico. Não tendo
havido refreio, caminha a passos largos para a sodomização. Agora, se
determinadas práticas sociais enraizadas na cultura são por nós, os cristãos,
adotadas, então nos colocamos debaixo de legalidade. E somente a misericórdia
do Senhor poderá nos livrar de seus efeitos nefastos; e, não, o triunfalismo duvidoso em nossa fé.
Ora, numa sociedade sexista e violenta, na qual o voyerismo e o exibicionismo
estão fortemente entrelaçados, alimentando uma moda feminina despudorada,
aceitar as coisas como exatamente são (ou estão), é dar muita munição ao
Adversário. Pois, se uma mulher que se diz cristã veste-se como uma qualquer e,
em função disso, ainda que inconsciente ou involuntariamente, seduz e defrauda o sexo oposto; com que
autoridade espiritual poderá:
1 -
Impedir que um jovem em idade hormonal, na sua solidão escusa, não peque com
ela, mesmo sem lhe tocar?
2 -
Evitar que um marido mau-caráter ou em crise conjugal praticamente se masturbe
com a esposa, pensando no modo que, despudorada e/ou sugestivamente, o corpo a
dita cristã se lhe exibiu?
3
- Evitar que não seja alvo de gracejos
e/ou de comentários libidinosos?
4 -
Que sendo solteira, não atraia homens com as piores das intenções (Provérbios
26: 23-25 RC)?
5
- Não se torne vítima em potencial de alguém obcecado pelo seu tipo
beleza exterior, trazendo-lhe sérios constrangimentos?
6
- Evitar ser mal interpretada em suas
intenções e palavras ao lidar com o sexo oposto?
7)
Impedir que sua nudez não agrida a homens que têm a santidade como projeto de
vida? No risco de que, ambos dando lugar ao diabo, se lhes aflore uma
tresloucada paixão, ao estilo Davi e Bate-Seba.
8.5. O
leque das possibilidades levantadas dá-nos conta apenas de atos e fatos
corriqueiros. E, alguns, aceitos com vergonhosa normalidade em nossa sociedade,
em função do sensualismo tão fortemente arraigado na cultura. E todos nós
podemos tão dolorosamente detecta-lo: no palavreado com seus duplos sentidos;
nos padrões impostos pela da beleza, com seus cosméticos, dietas e cirurgia
plásticas, devido à eterna insatisfação de algumas mulheres com o corpo que
Deus lhes deu; no mundo da propaganda e da publicidade como uma praga; nas
tramas de toda e qualquer produção literária ou cinematográfica em geral; no
lugar comum das telenovelas, pra variar abomináveis; invadiu as redes sociais,
onde até uma parcela dos emotions e vídeos veiculados por cristãos
utilizam imagens com alguma carga de sensualidade e, portanto, réprobas
(Colossenses 3: 5-10).
E se
tudo começa no olhar, alimentado pelo despudor, com que autoridade espiritual
vociferar contra o que é hediondo? Pois
não estamos, numa certa medida, contribuindo com o que subsiste em sua origem e
o alimentando, até que o mesmo ganhe as formas da monstruosidade, tão
regularmente noticiadas nesses dias tenebrosos?
II
8.6-a.
O olhar concupiscente e a nudez despudorada e/ou sugestiva estão na raiz de
iniqüidade de toda perversão cultural. Sem contesta-los e condena-los, não
haveria mesmo outra maneira de se bem interpretar e aplicar à nossa vida
diária, a despeito das distorções da contemporaneidade, Levítico capítulo
dezoito. Assim como toda a pontualidade do ensinamento apostólico sobre o
vestuário feminino, além das representações bíblicas da mulher despudorada com
relação à natureza humana decaída. Que Ezequiel capítulos 16 e 23, Apocalipse
17 em conformação com as palavras de Paulo e Pedro estejam sempre em nossos
corações!
É de
se lamentar o fato de ter sido retirada das modernas versões da Bíblia em
Português a expressão “Descobrir sua nudez”, no capítulo dezoito do Livro de
Levítico. Segundo Donald Stamps, esta é uma expressão que traduz literalmente
frase hebraica de igual teor. E não se refere apenas às horrendas perversões
praticadas pelo povo cananita: abrange tudo o que se refere a práticas sexuais
impuras e ilícitas; mesmo aquelas tão-somente aproximadas do ato sexual
consumado. De onde se pode inferir: qualquer tipo de voyerismo, masturbação;
sedução; exibicionismo; carícias
e demais liberdades peculiares ao indefectível e pós-modernoso Ficar, dentre
outras.
Voltando
ao comentário de Stamps, ele é apostolicamente contundente: “Qualquer tipo de
prática sexual que resulta em descobrir, expor, ou ver a nudez de alguém que
não seja seu legítimo cônjuge, viola a fronteira da pureza e comete pecado
grave diante de Deus.” E há na (sua)
Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD, fonte da citação acima, interessante
estudo, intitulado Padrões de Moralidade Sexual.
8.6-b.
Em resposta aos questionamentos feitos nos primeiros parágrafos deste
arrazoado, cabe esclarecer:
I - Jovens da pureza pessoal e estatura espiritual de um Daniel e seus três
companheiros, assim como o profeta Ezequiel, e quem sabe quanto outros, também
sofreram o exílio babilônico. Nem todos com a condição, digamos privilegiada, dos primeiros; muito antes pelo
contrário. Ezequiel que o diga (Ezequiel 4: 9-17)!
II - Ester apenas se livrou de ser usada por uma
só noite, e depois ser relegada à viuvez forçada, por causa da misericórdia sem
fim do Senhor e de Seus propósitos divinos na vida dela a favor de Israel
(Ester 2: 12-14 e 17-15).
III - Os sete mil que não se curvaram a Baal no tempo de Elias e de Eliseu padeceram
a mesma fome que a nação iníqua, inclusive a família dos profetas que se encavernaram. (I Reis 18: 8-14 e 19: 14
e II Reis 4: 1-7).
IV - O maior evangelista pessoal do Antigo
Testamento é uma menina judia. Adolescente ou, talvez, pré-adolescente; mas uma
menina de fé. Por causa dos pecados do seu povo, quem sabe até de seus próprios
pais, foi levada cativa pelo comandante do exército da Síria. Ela o conduziu a
cura, porque era leproso, e à fé verdadeira no único Deus (II Reis 5). Mas
poderia ter sido apenas sistematicamente usada sexualmente por aquele mesmo
homem. Assim com grande parcela das mulheres negras, no regime da escravidão
nos países ditos cristãos das Américas, pois era o costume naqueles abjetos
sistemas. A legalidade dada por Israel teria deixado a menina israelita (E,
sabe-se lá, a quantas outras sem a mesma sorte da nossa pequena heroína da fé!)
na condição de tamanha desgraça; seja, de mucama.
V - Quando os babilônicos destruíram Jerusalém, mulheres grávidas foram
desventradas a golpes de lanças e espadas; meninas, jovens e adolescentes
violentadas; e nenês indefesos, arrancados de seus pais, pegos pelas pernas e
arremessados contra as paredes. Tal, dentre tantos outros horrores, é a razão
de ser da forte imprecação expressa nos três últimos versos do Salmo 137 e do
choro dilacerado no Livro das Lamentações. Será que todos, sem exceção eram
culpados? E o que dizer das crianças e dos nenês de colo?
VI - Em todo trono de Satanás, onde Jezabel,
poderosíssima, habita qualquer Antipas tenderá a ser sistematicamente
antipatizado ou martirizado (Apocalipse 2: 12-13). Até mesmo no meio do povo de
Deus. Na igreja local do Novo Testamento onde aquela, a exemplo do Israel
antigo, foi elevada à condição de forte influência e, possivelmente, liderança,
houve quem a resistisse (Apocalipse 2: 21-25). Mas parece que não eram muitos.
Tudo em função de uma cultura dominante, à qual havia também a adesão da
igreja; e justamente por isso que em Tiatira o digamos “ministério” da
potestade ganha vulto. Repetia-se o passado, a despeito do desejo de santidade
alguns crentes. Que seria daquela comunidade
sem a resistência deles? Uma igreja
perdida, com os seus vencidos, numa escala crescente, por Satanás, pelo mundo e
pela carne (II Tessalonicenses 2: 7-12 e Gálatas 5: 16-19).
VII - Em Mateus 27: 24-26 estamos diante do mais triste legado que se pôde (em toda a
história da humanidade) pais terem-no deixado aos seus filhos e às futuras
gerações. O que veio depois e o que ainda há de vir, em decorrência do fato,
são as tragédias mais dolorosas da história judaica. (Até que, por fim, venha o
também previsto arrependimento e o reconhecimento do Messias, o qual esteve
entre nós, mas voltará, só que nas circunstâncias em que fala o profeta
Zacarias (12: 9-10). Daí que muitos judeus foram trucidados no Cerco de
Jerusalém nos Ano 70 d.C. pelo general romano Tito; e milhões exterminados no
Holocausto (II Guerra Mundial). A despeito de nem todos eles, certamente,
concordarem com a ação nefasta de seus pais e ancestrais, décadas e milênios
atrás. Pior que a rejeição ao Cristo, Filho de Deus Vivo, é o acontecido vir como
que se perpetuando, através da atitude das gerações posteriores, num crescente
de culpa transferida de país para filhos, a despeito de todas as promessas
feitas a Abraão (Êxodo 20: 5-b).
8.6-c.
Até por ser emblemático; e se poder tomar como outra parábola da
pós-modernidade vida cristã; convém abrirmos um parêntese para análise do caso
do justo e intimamente atormentado Ló (II Pedro 2: 4-10). Pertence a
Antiguidade bíblica. Afligia-se ele pelos pecados de Sodoma e Gomorra; mas, num
momento extremo, demonstra ter-se tornado refém do modo de ver as coisas,
próprio do lugar onde vivia e materialmente prosperou: aquele trono de Satanás
por excelência de Satanás, que era Sodoma. Ló não pestanejou em querer entregar
as próprias filhas virgens para serem abusadas pelos homens da cidade. Pensava,
com isso, livrar os anjos de Deus da perversão sexual de seus concidadãos. Na
sua incredulidade e falta de discernimento espiritual, achava que poderia
livrar aos que foram enviados para salvá-lo (Gênesis 19). As filhas de Ló,
também reféns da cultura, em vez de confiarem em Deus noutra situação tida por
extrema, embriagaram-no e cometeram incesto com o pai.
Como
vimos, em alguns dos exemplos numerados no parágrafo anterior, temos a situação
de pessoas que, mesmo sendo totalmente inculpáveis pessoalmente, acabaram
sofrendo as consequências do pecado da sua geração e das gerações anteriores. E
no caso Ló, vemos uma família que se tornou refém do meio social em que vivia,
porque em relação ao mesmo não se radicalizou.
Infelizmente,
boa parcela da igreja brasileira, em função dos seus discursos e conceitos
sobre santidade, pudor e liberdade cristã, além da adesão ao lado podre da
cultura ocidental, estaria mais para Ló e suas filhas tresloucadas do que para
Daniel e seus três amigos. A sodomização
da cultura ocidental, nestes fins de tempos, se me afigura uma fornalha
contemporânea. E sei que qualquer crente ou liderança autenticamente cristã que
não venha a incensar esse espectro globalizado de nova ditadura cultural, as
das minorias, tenderá a ser jogado
nalguma cova de leões. Sairíamos ilesos?
8.7.
Que todo esse arrazoado possa realmente servir para uma profunda uma reflexão
sobre o baixo nível da espiritualidade de nossa nação; da qual, num estúpido
contra-senso, alguém diz ser (e majoritariamente) cristã. A civilização
brasileira, desde o descobrimento, sempre foi contaminada pelo olhar (Dito
cristão, mas...) concupiscente. E o pior: parcela dos evangélicos nos dias
atuais dessa cultura tem se tornado refém. Algumas de nossas irmãs acham normal
comportar-se como um de seus modelos e manequins, quando se trata de moda. E
não é nenhuma novidade a falta de discernimento do lixo espiritual em forma de
usos e costumes, além de não faltar teologias
em linha de colisão com o ensinamento apostólico, na acepção do Novo
Testamento. Deveríamos ser o sal que impede a corrosão social e não,
indiscriminada ou gradualmente, aderir ao que deveríamos determinada e
terminantemente rechaçar. Digo-o mais em nível de uma vivência em comunidade,
fechada com os valores divinos (Atos 5: 12-13). E menos, em termos de
desastrados embates políticos, bate-bocas e demais coisas do gênero baixo-nível
e política partidária de caráter muito duvidoso. E se no mais das vezes o pior
não nos acontece, em nível pessoal ou familiar, a exemplo dos relatos
desconcertantes do primeiro parágrafo deste texto, não creio que seja tanto
pelo triunfalismo duvidoso em nossa fé; mas pelas misericórdias de Deus. Nem
sempre a nossa pureza pessoal ou a de nossos antepassados, por cujas
iniquidades, quem sabe, não nos penitenciamos e com as mesmas, no mundo
espiritual, ainda não rompemos, da legalidade estiveram isentas (Êxodo 20:
5-6).
8.8.
Quando eu estava preparando a redação final deste capítulo, a cristandade de
minha cidade se viu estarrecida com um fato, estampado como a manchete de capa
do principal tablóide. Nada menos que um crime passional, ocorrido no interior
de um templo, durante o culto.
Certo
indivíduo, de quarenta anos, nome bíblico, possivelmente nascido num lar cristão,
além de na reportagem identificado como alguém de alguma forma inserido numa
outra comunidade evangélica, assassinou covardemente a tiros uma jovem. E ela,
momentos antes, juntamente com seu irmão adolescente, estivera no altar:
participava do louvor!
A moça
tinha apenas 17 anos e era estudante de Direito. Segundo a reportagem em pauta,
desde os quinze, envolvera-se com o seu futuro assassino, o qual a conhecera
ainda criança. Por causa de tal envolvimento amoroso, a esposa separou-se dele.
Após o assassinato, este ainda deslocou-se para outro bairro, na tentativa de
matar o atual companheiro da ex-esposa, para, depois, suicidar-se. Foi, porém,
contido, após ferir o seu ex-cunhado. A ex-mulher e seu atual companheiro não
estavam em casa.
A
tragédia poderia ter sido maior. Mas contém todos os elementos da miséria
espiritual que se abate sobre a nação, em conseqüência de sua cultura
crescentemente contaminada, a partir do olhar concupiscente e da nudez
sugestiva e/ou despudorada. Sexualidade precoce; sedução e perversão de menor;
filhos fora do controle da disciplina dos pais, quando não em atitude de
público e frontal desrespeito para com os mesmos; destruição de lares e
desagregação da família, com posterior envolvimento amoroso de seus membros
fora dos padrões bíblicos, em função do adultério; desgraça pessoal e tragédia
familiar; violência contra a mulher; vitimização de inocentes; crimes cometidos
por pessoas incapazes de refrearem seus instintos assassinos ou da demonstração
de qualquer remorso; e, por fim, II Timóteo 3: 1-5 em conformação com
Apocalipse 22: 11. Inesperado é o fato de uma tragédia desse porte ter ocorrido
no ambiente de culto, envolvendo membro atuante numa comunidade e outro pelo
menos com circulação no ambiente cristão. Junte-se a tudo isso ao fato das
denominações às quais estavam eles inseridos serem reconhecidas pelo rigor de
seus padrões morais, usos e costumes.
De
fato, os envolvidos deram, e por bastante tempo, muito lugar ao diabo em suas
vidas (Efésios 4: 25-27). A moça, foi primeiramente seduzida; e, depois,
torna-se parte atuante num triângulo amoroso, envolvendo-se precoce e
tresloucadamente com seu futuro algoz. O que vem depois, veio em decorrência da
desobediência a Levítico 18 e ao ensinamento apostólico, nas suas lições mais
elementares.
Este
caso, assim como o fato de que faço relato na introdução deste Cristandade, Moda Feminina & O Xis da
Questão, tende também a servir, senão como uma parábola, pelo menos como
dolorosa lição para a cristandade contemporânea. Além de permitir o seguinte
paralelo: se a nudez Bate-Seba foi capaz trazer à tona em pior de Davi, um
homem segundo o coração de Deus, o que o despudor e a sugestividade não pode
instigar no ímpio deste final dos tempos? E num desviado, com trânsito desimpedido
(Ou, quem sabe, alguns até em posição de honra.) na casa de Deus (Romanos 16:
17-18)?
PRÓXIMA POSTAGEM:
De Tomara-que-caia,
Biquínis & Outros Pecados Cultu(r)ais.
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