“Respondeu-lhe Jesus:
Em verdade, em verdade te digo:
quem não nascer da
água e do Espírito
não pode entrar no
reino de Deus.
(...)
Não te admires de eu
te dizer:
importa-vos nascer de
novo.”
João 3: 5 e 7
1/ O Conceito
Bíblico de Morte e Vida Espiritual
1.1. Os três
primeiros capítulos do Livro de Gênesis tratam da Criação, Queda e da Promessa
feita ao homem de restauração à sua condição de antes do pecado. Depois de
morrerem espiritualmente, e de ter sido neles iniciado o processo de corrupção
da matéria, o qual nos leva também à morte física (Romanos 3: 23.), Adão e Eva
foram expulsos do Éden. Não podiam tomar posse da vida eterna, na condição em
que se colocaram, traindo a confiança de Deus, ao desobedecer-Lhe (Gênesis 3:
21-24). Ao fazê-lo, já não mais podiam viver o mesmo relacionamento íntimo com
o Criador, falando com Deus face a face. E a restauração daquela condição
perdida é a esperança e toda a razão de ser da Bíblia, conforme testifica o ensinamento
apostólico.
Nas Sagradas
Escrituras nada acontece, senão em função dessa restauração:
“AMADOS,
AGORA, SOMOS FILHOS DE DEUS, E AINDA NÃO SE MANIFESTOU O QUE HAVEREMOS DE
SER. SABEMOS QUE, QUANDO ELE SE MANIFESTAR, SEREMOS SEMELHANTES A ELE,
PORQUE HAVEREMOS DE VÊ-LO COMO ELE É. E A SI MESMO PURIFICA TODO O QUE
NELE TEM ESTA ESPERANÇA, ASSIM COMO ELE É PURO”.
I João 3: 2-3.
1.2. A expulsão
do Paraíso; com a conseqüente perda do relacionamento direto com
Deus; configuram-se, para o homem, numa condição de morte espiritual;
não, porém, física. (Pelo menos de imediato, já que Adão e Eva viriam morrer
anos mais tarde, assim como os seus descendentes.) Era disso que o Criador havia prevenido a Adão quanto à quebra de
confiança, pela desobediência:
“DISSE MAIS O
SENHOR DEUS LHE DEU ESTA ORDEM: DE TODA ÁRVORE DO JARDIM COMERÁS, MAS DA
ÁRVORE DO CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL NÃO COMERÁS; PORQUE, NO DIA EM DELA COMERES ,
CERTAMENTE MORRERÁS”. Gênesis 2: 16-17.
1.3. Este
conceito de morte espiritual, tendo em vista que, após a Queda, Adão e Eva,
continuaram a ter uma vida físico-humana normal,
porém, sem mais o contato direto com o Criador, é ratificado por Jesus
Cristo e pelos seus discípulos:
- “EM
VERDADE, EM VERDADE VOS DIGO :
QUEM OUVE A MINHA PALAVRA E CRÊ NAQUELE QUE ME ENVIOU TEM A VIDA ETERNA,
NÃO ENTRA EM JUÍZO (Deixou de ser passível da condenação eterna.), MAS PASSOU
DA MORTE (Espiritual.) PARA A VIDA (Eterna.).”
(Jesus
Cristo, Evangelho de João 5:24)
EXEMPLIFICANDO:
a pessoa passa da morte espiritual para, à semelhança de Adão e Eva antes da
Queda, ter em si novamente ativada a
vida espiritual. E a vida espiritual (Em outras palavras, a verdadeira espiritualidade.),
no sentido da revelação, significa: em primeira e última instância, a volta à
condição de comunhão e relacionamento com
Deus. Esta é a espiritualidade que funciona como garantia da vida eterna;
ao contrário de uma religiosidade aparente.
Os simplesmente
religiosos não têm certeza da vida eterna, antes, o medo da morte, porque não
encontram tal segurança (E nem poderiam, do ponto de vista da revelação.)
baseados em seus atos de justiça (Carta aos Gálatas 2: 16). Mas qualquer pessoa
que já foi salva por Jesus, regozija-se e testifica da certeza da vida eterna,
porque entende o sentido das palavras do Senhor. Afinal, ela as experimentou na
prática. Senão, vejamos:
- “ELE (Jesus
Cristo) VOS DEU VIDA, ESTANDO VÓS
MORTOS NOS VOSSOS DELITOS E PECADOS”
(Carta de Paulo aos Efésios 2:1).
- “MAS
DEUS, SENDO RICO EM MISERICÓRDIA, POR CAUSA DO GRANDE AMOR COM QUE NOS
AMOU, E ESTANDO NÓS MORTOS EM NOSSOS DELITOS , NOS DEU VIDA JUNTAMENTE COM
CRISTO, _ PELA GRAÇA SOIS SALVOS _ “ (Carta de Paulo aos Efésios 24-5).
1.4. Paulo
estava se dirigindo a pessoas normais.
Elas, assim como Adão e Eva após a Queda, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento. Porém ,
antes de convertidas a Cristo, eram pessoas que estavam mortas, espiritualmente
falando. Esta é a condição de qualquer homem, independente de ter
religião ou mesmo ser ateu. É a espiritualidade, de acordo com a revelação
verdadeira (Antigo e Novo Testamento.) que importa para Deus. Ser ateu ou
ter religião NÃO muda em nada absolutamente a condição daquele diante de Deus,
segundo a revelação. Por uma razão bem simples: a religião NÃO tem poder de
fazê-lo voltar à comunhão e de novo estabelecer com o Criador o relacionamento antes
perdido. O pecado de Adão e a condição de pecador de todo homem não lhe permite
isso.
“TODOS
PECARAM E ESTÃO DESTITUÍDOS DA GLÓRIA DE DEUS.”
(Romanos 3:23).
1.5. Na religião (Qualquer religião!) se
verifica o vão esforço humano; do homem segundo o seu próprio entendimento;
na tentativa de aproximar-se do Criador. É louvável, porém, insuficiente. No Evangelho, pelo contrário: é Deus, tal
como aconteceu no Éden, que vem ao encontro deste para socorrê-lo e, por fim,
adotá-lo com filho, sendo decisiva a atitude do indivíduo para com Cristo:
“NO PRINCÍPIO
(Referência à Gênesis 1:1) ERA O VERBO, E O VERBO ESTAVA COM DEUS, E O VERBO
ERA DEUS.
(...)
TODAS AS
COISAS FORAM FEITAS POR INTERMÉDIO DELE, E, SEM ELE, NADA DO QUE FOI FEITO SE FEZ.
(...)
O VERBO
ESTAVA NO MUNDO, O MUNDO FOI FEITO POR INTERMÉDIO DELE, MAS O MUNDO (Seja: a
humanidade.) NÃO O CONHECEU.
VEIO PARA O
QUE ERA SEU, E OS SEUS (Os judeus, de quem Jesus Cristo descendeu, enquanto
homem, ao nascer de Maria, quando esta ainda era uma virgem.) NÃO O RECEBERAM.
MAS, A
TODOS QUANTOS O RECEBERAM DEU-LHES O PODER DE SEREM FEITOS FILHOS DE DEUS,
A SABER, AOS QUE CRÊEM NO SEU NOME;
OS QUAIS
NÃO NASCERAM DO SANGUE, NEM DA VONTADE DA CARNE, NEM DA VONTADE DO HOMEM, MAS
DE DEUS.
E O VERBO SE
FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS, CHEIO DE GRAÇA (Favor imerecido concedido
aos que crêem.) E DE VERDADE, E VIMOS A SUA GLÓRIA, GLÓRIA COMO DO UNIGÊNITO DO
PAI.” (João 1: 1-14).
O Evangelho
de Jesus Cristo é apenas um. E digo evangelho, no sentido bíblico de Boas Novas
de Salvação, em conformação com Lucas 2: 1-11 e, não, de um suposto livro
escrito por Jesus. Embora o cristianismo possa e até deva tomar a feição das
culturas aonde ele chega.
Quanto às religiões,
são milhares e conflitantes entre si no que diz respeito à pessoa de Deus, a
condição humana e o meio de salvação, e até no que diz respeito ao seus códigos
morais. Elas sempre variaram de acordo com o tempo e o local onde vivem os
seus criadores e praticantes. Devemos concluir, então, que o
Cristianismo, no sentido mais depurado do termo, NÃO é (mais) uma religião.
Pois o verdadeiro em todos os tempos e em qualquer lugar cristão é alguém
que: 1 - por sua fé nas palavras de Cristo e obra expiatória na cruz, voltou
à condição de relacionamento e comunhão com Deus; e 2 - encontrou em Jesus Cristo a
confiança da vida eterna. Todo cristão autêntico sabe que verá Deus face a
face por toda a eternidade, conforme, disse o apóstolo João.
1.6. COMO A
COISA SE PROCESSA. Todo verdadeiro
cristão passou por uma experiência espiritual, chamada por Cristo e seus
discípulos de Novo Nascimento (João 3: 3-5; II Coríntios 5: 17 e II Pedro
2: 1-3.). Ao passar por tal experiência, ele adquire, através do Espírito
Santo, habitando agora em seu coração, a certeza da vida eterna. Sem o novo
nascimento e a certeza de vida eterna (Romanos 8: 16-18), o cristão seria
apenas mais um religioso. Assim como o são e foram, infelizmente, muitos e muitos
cristãos apenas nominais.
É o que explica
porque muitas pessoas, comunidades e entidades religiosas, nações e culturas
ditas cristãs NÃO praticam ou praticaram, ao longo desses vinte séculos, as
palavras de Cristo.
Pelo contrário, agiram como um religioso qualquer: indo de atos de bondade para
com os seus pares (filantropias, etc.) ao ultra-extremismo em relação a quem
tinha por adversários.
No
ultra-extremismo, por exemplo, odeia-se
entre si e comete assassinatos. Enquanto o Senhor, usando de Sua autoridade
divina para modificar a Lei de Moisés (Fato que até o Alcorão reconhece.), nos
ordena o contrário: a amar os nossos inimigos e orar pelos que nos perseguem.
Em resumo, oferecer a outra face.
1.7. UM BOM
EXEMPLO DO NOVO NASCIMENTO. É fato que, ao longo dos séculos, algumas
formas equivocadas de cristianismo, em completa contradição com o
ensinamento apostólico, surgiram e até ganharam relevo. Transformando-se
algumas, quer no Oriente, quer no Ocidente, em instituições poderosas do ponto
de vista humano. Não é este cristianismo que em meus escritos defendo. O
cristianismo que prego é o apostólico. Ele nada a ver com Roma, por
exemplo, e tudo aver apenas com o Novo Testamento fielmente interpretado.
O Novo
Testamento é composto pelos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João; por
um livro histórico, Atos do Apóstolos; pelas Cartas apostólicas,
dentre outras; e pelo Apocalipse de João.
Os Evangelhos
contêm as palavras de Jesus Cristo, segundo o relato dos apóstolos e dos
primeiros discípulos, inspirados pelo Espírito Santo, em cumprimento da
seguinte promessa:
- “TENHO
AINDA MUITO O QUE VOS DIZER, MAS VÓS NÃO O PODEIS SUPORTAR AGORA:
QUANDO
VIER, PORÉM, O ESPÍRITO DA VERDADE,
ELE VOS GUIARÁ A TODA VERDADE; PORQUE NÃO FALARÁ POR SI MESMO, MAS DIRÁ TUDO
O QUE TIVER OUVIDO E VOS ANUNCIARÁ AS COISAS QUE HÃO DE VIR.” (Jesus Cristo, em João
16: 12-13).
- “ISTO VOS
TENHO DITO, ESTANDO AINDA CONVOSCO;
MAS O
CONSOLADOR, O ESPÍRITO SANTO, A QUEM O PAI ENVIARÁ EM MEU NOME , ESSE VOS
ENSINARÁ TODAS AS COISAS E VOS FARÁ LEMBRAR DE TUDO O QUE VOS TENHO DITO.” (Idem,
João 14: 25-26).
As Cartas
e o Apocalipse explicam e falam da aplicação prática das palavras de Jesus às comunidades cristãs ou pessoas às
quais foram dirigidas. Já o livro de Atos dos Apóstolos, conta os primeiros
anos da igreja de Jesus Cristo. E neste livro em especial, apenas se
morre pela fé cristã; matar, porém, jamais. O cristianismo que em Atos e
nas Epístolas é pregado NADA tem a ver, por exemplo, com as cruzadas, a
escravidão e com a inquisição, entre outros horrores de um cristianismo apenas
nominal. E as três pessoas que foram mortas por atentarem contra a fé cristã no
Novo Testamento, o casal Ananias e Safira (Atos 5) e o rei Herodes (Atos 12),
morreram diretamente pelas mãos de Deus.
O cristão
verdadeiro NÃO pode ter as suas mãos sujas de sangue; senão, antes da
conversão, como aconteceu com Saulo de Tarso (Atos 9).
Depois de convertido
à verdade da fé, passou a chamar-se Paulo e foi um dos principais apóstolos.
Paulo, o apóstolo, é o maior exemplo de alguém que passou pelo Novo
Nascimento. Ou seja, da condição de morto espiritualmente, para uma vida
de comunhão com Deus e certeza plena da vida eterna, da qual tornou-se o
principal pregador. Antes, era um perseguidor da igreja de Cristo; depois,
defensor e mártir.
O que
Paulo encontrou, que ele não tinha, quando era apenas mais um ultra-religioso? A condição de comunhão com Deus
restaurada e a certeza da vida eterna. Paulo teve um verdadeiro encontro com
Deus, no caminho de Damasco. Caiu literal e figuradamente do cavalo da suas
muitas convicções erradas, para abraçar a fé que, de acordo com a
revelação, nos conduz a espiritualidade verdadeira.
O QUE FAZER? Se
você é cristão, mas não tem ainda a certeza da vida eterna, porque não
nasceu de novo, pergunto: vale a pena isso? E se você é somente mais um
religioso sincero, vale a pena ter uma religião e não ter certeza da sua salvação?
Então, o que fazer? 1 - Reconheça-se pecador e entenda de uma vez
por todas que por seus próprios méritos você não pode se salvar. 2 - Reconheça que Jesus Cristo veio ao mundo
para lhe dar a salvação. E que basta você em seu coração aceitar o fato de
que Ele morreu pelos seus pecados, para te perdoar e restaurar à comunhão com
Deus. 3 - Aceite isso num ato de fé
e peça a Jesus que venha, através do Espírito Santo, morar no seu coração.
A partir da sua decisão, o próprio Espírito Santo te guiará a numa vida de
comunhão restaurada com Deus e à certeza da vida eterna (Romanos 8: 16-18). 4 -
Passe a ler a Bíblia diariamente, principalmente o Novo Testamento, e
sempre tire um tempo para oração. Mas lembre-se: orar não é recitar frases
prontas e sem o entendimento das mesmas; antes, é abrir o seu coração
para Deus, como se faz a um amigo, crendo que Ele está te ouvindo. De
alguma forma Deus mudará as circunstâncias de sua vida e você verá que tuas
orações foram respondidas. A resposta à oração (Sim, Não ou Espere.) é
um dos meios mais eficazes de se comprovar como anda a nossa comunhão com Ele.
Adão e Eva
perderam a comunhão com o Criador, por causa da desobediência e do estrago que
o pecado fez àquele primeiro tipo de relacionamento de Deus com o homem.
Instigador da desobediência, Satanás achou que tinha causado à humanidade um
dano irreparável. Só na sabia que Deus restauraria Sua relação com a criatura numa
condição ainda superior: a de Pai e filhos. É esse tipo de relacionamento que o
Deus quer ter com você (João 1: 1-14). PERGUNTE AO SEU CORAÇÃO: vale a pena ser
religioso e não ter relacionamento do com Deus?
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