Leitura: Gênesis 4: 1-6:7
2.1. Da triste experiência no Éden à tragédia da civilização no Dilúvio, dois grupos distintos de pessoas se formaram: a linhagem de Caim, assassino não penitenciado de Abel, e os descendentes de Enos, filho de Sete. Sete, possivelmente, é fruto de orações contritas de uma Eva arrependida; depois assistir o mal triunfar sobre o primogênito, fazendo dele um assassino e, então, desejar profeticamente um outro filho, com o estilo de vida a que se propusera viver Abel, o nosso primeiro mártir.
2.2. Da descendência de Caim, surgem empreendedores nos principais ramos da atividade humana. E, a partir dos mesmos, são lançadas as raízes dos tipos de negócios deste mundo capazes de roubar a adoração por completo do coração do homem: a atividade econômica sob a influência de Mamon; a arte refratária ao ato de celebração da vida e da adoração; e a indústria bélica. Antes disso, Caim, o nosso primeiro empreiteiro, constrói a primeira cidade. Logo, esse estilo nosso de vida hoje, alucinando e modernoso e nada ecologicamente correto, teve um não muito bem recomendado inspirador. Seguindo a linha do pensamento interpretativo de alguns comentaristas da Bíblia, pode-se observar que em qualquer sociedade humanista (E nelas o homem quer entronizar-se no centro de tudo.) a adoração verdadeira inexiste. E a própria religiosidade (caso exista) se fundamentará no culto ao deus do próprio ventre. Daí, os homens se dividirem entre o hedonismo (busca desenfreada do prazer) ou “superação” da maldição do pecado, calcada na falsa religiosidade, cujo perfil é a justiça própria.
2.3. O fato é que a geração tecnológica e belicosa de Caim, reproduzindo o caráter do seu patriarca, iria apressar a degradação do ser humano. E, posteriormente, influenciar lamentavelmente os descendentes de Enos, os quais, pelo menos no início naqueles primórdios da humanidade, se voltaram à pureza e simplicidade de vida e adoração de Abel. Dentre estes, se destacam Noé, o principal personagem pré-diluviano e um dos três principais justos do Antigo Testamento; e também Enoque, o nosso primeiro grande profeta. Enoque anteviu a segunda vinda do Senhor (Judas 14-15); e andou tão perto de Deus, que YHWH dele se afeiçoa, ao ponto de apressar os anos de sua vida e o tomar para Seu convívio. Enoque tipifica a igreja do Senhor Jesus que será arrebatada, pois não experimenta a morte física. E estes dois homens, descritos como pertencentes ao seleto grupo de pessoas, das quais este mundo jamais será digno, são a prova de que santidade é mesmo uma questão de escolha. Pois independe de costumes, do vai e vem das modas, do nível de promiscuidade de uma cultura e dos ditames da sociedade ou de quaisquer a civilizações. Por isso, recomenda-nos o Espírito Santo a tê-los em alta conta (Hebreus 11).
2.4. Da da parte de Caim, eis que se destaca um tal Lameque: o primeiro bígamo e assassino não penitente de mais de uma pessoa. E se Adão tornara-se o nosso primeiro filósofo, quando Deus lhe apresentou Eva, em todo o seu esplendor de graça e beleza, antes da Queda (Gênesis 2: 23-25), Lameque se fez uma espécie de poeta do mal. E com trocadilhos demoníacos, ele inaugura a mais antiga tradição literária de linha profana e caráter diabólico na acepção da palavra.
2.5. Observamos, nessas poucas e rápidas pinceladas sobre o princípio da humanidade, que toda a saga de nossa raça, enganada pelo pecado e dominada pela violência, já está delineada. E apenas irá, à medida que o tempo passa, tomando maiores e catastróficas proporções. E o Senhor, desgostoso, concluirá que O Espírito não agiria para sempre na consciência do ser humano, como que contendendo com o coração do homem, no sentido fazê-lo optar pela vida de santidade e adoração. De milenar, Deus torna a criatura apenas centenária, para não ter que destruir por completo a mais importante obra de Suas mãos. Paulo, no primeiro capítulo de sua Carta aos Romanos, dá-nos a dimensão teológica do fato.
2.6. Se até aqui (Gênesis capítulos de quatro e cinco.) a violência é o fator preponderante na civilização, um segundo fator irá se tornar ainda mais decisivo, catapultando àquele primeiro ao nível do inaceitável. E quando surge (ou quem sabe apenas mais amplamente se manifesta), desencadeia a perversão da humanidade por inteiro. É o que se pode inferir da leitura dos versos que se seguem: Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhe agradaram. (...) Ora, naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade. (...) A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. (Gênesis 6: 1-2).
Saia Justa 02:
1) Seria natural (como acontece até hoje) que os filhos dos homens olhassem para as filhas de Deus com olhar lascivo. Mas não é isso que diz o Espírito Santo; antes, chama-nos a atenção para o inesperadamente contrário. E o que teria contribuído para que as filhas dos homens atraíssem os olhares agora concupiscentes dos filhos de Deus, acelerando, com o casamento misto e os filhos nascidos desse tipo de união a tragédia da humanidade por inteiro?
2) Você pode imaginar os artifícios por elas utilizados?
3) Quais os artifícios lhes são hoje (e não seriam desde sempre) usuais?
4) Você concorda com isso? Por quê?
5) Alguma vez você utilizou-se de algum artifício, ou sentiu-se tentada a usá-los? E como se sentiu perante você mesma e diante de Deus?
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