1/ Aconteceu de na publicação
anterior, por um lapso de minha parte, eu não ter publicado o item IV da série
SETE PERGUNTAS CRUCIAIS E UM APONTAMENTO INICIAL PARA CADA RESPOSTA. Peço
desculpas ao leitor. É que após as seis horas ininterruptas a que me dediquei à
última redação do que seria a parte primeira deste artigo, não me dei conta do
fato. E tendo-o feito, posteriormente; restou-me agora publicá-la de forma
avulsa. Não devo, todavia, anexá-la ao texto original. Pois quero aproveitar o ensejo
e tornar as respostas não apenas pontuais, conforme se verifica em toda série.
De modo podermos abrir, pelo menos neste caso, um leque maior às ponderações.
Assim como adiantar informações que constariam da segunda e última parte da
série; por força da circunstância, agora tornadas em três.
As perguntas que foram feitas e
respondidas no texto anterior são:
I
– COM QUE INTENÇÃO FOI ESCRITA O NOVO TESTAMENTO, E O ALCORÃO, JUNTAMENTE COM
AS TRADIÇÕES ISLÂMICAS?
II
– O QUE SE PODE APURAR SOBRE O CARÁTER DOS ESCRITORES?
III
- TERIAM ACOBERTADO MATERIAL CONSIDERADO EMBARAÇOSO, FORJADO E/OU
MANIPULADO INFORMAÇÕES?
IV
– (Ficou sem formulação e sua respectiva resposta).
V
– É POSSÍVEL VERIFICAR SE O ESSENCIAL DAQUILO QUE REGISTRARAM É MESMO
VERDADEIRO, ATRAVÉS DE PESSOAS E FONTES NÃO COMPROMETIDAS COM OS SEUS IDEAIS?
VI
– QUEM OS ESCREVEU (NOVO TESTAMENTO, ALCORÃO E SUNA) TINHA MESMO CAPACIDADE
PARA FAZÊ-LO?
VII
– QUAIS ESCRITOS E EXEMPLOS DE VIDA DE SEUS AUTORES ALINHAM-SE AO PADRÃO DE
ESPIRITUALIDADE DA REVELAÇÃO ANTERIOR, TOMADA PELOS MESMOS COMO DIVINA (A TORÁ)
E
a pergunta que ficou sem ser feita (Item IV) é:
-
HARMONIZAM-SE AS
ESCRITURAS (CRISTÃ E ISLÂMICAS) NOS SEUS DADOS BÁSICOS, NÃO CONTENDO
INFORMAÇÃO EM CONFLITO, MAS PODENDO (E ATÉ DEVENDO) DIVERGIR NOS DETALHES?
Estas perguntas, conforme dissemos, tomam por base a riqueza de
informações contidas no livro Em Defesa de Cristo, do jornalista
investigativo Lee Strobel. Interrogações dessa natureza foram feitas pelo
autor, o qual buscou a resposta em pessoas dignas da maior credibilidade
acadêmica e teológica. De minha parte, propus-me a fazer questionamentos
semelhantes, mas responder-lhes comparativamente, uma vez que estamos a tratar
de evidências para a autoridade da Bíblia (Mais especificamente, o Novo
Testamento) e do Alcorão, juntamente com as tradições islâmicas (Um conjunto de
escritos denominado Suna).
2/ Antes de responder, É PRECISO
ENFATIZAR MAIS UMA VEZ, no que diz respeito ao Islã: Uthman, o terceiro califa,
teria tentado reunir a religião em torno de uma só cópia manuscrita do Alcorão.
Mas foram contabilizadas pelo menos outras quinze. Três delas (As versões de
Mas’ud, Salim e Ubayy ibn Ka’ab.), levada fosse em conta o que dissera o
próprio Maomé a respeito de quem seria autoridade no assunto depois dele próprio,
todas aquelas três versões teriam preferência em relação à do jovem Zaid. Se tais
versões podiam ser consideradas autênticas, embora apenas parte de um todo
impossível de se adquirir, como afirmou Umar, o segundo califa, não
representariam risco. Mesmo ninguém em são juízo pudesse esperar que fossem,
embora devessem estar substancialmente identificadas, idênticas a versão
tornada oficial.
Uthman por certo que tinha motivos
para pensar o contrário. Tanto que mandou queimar todas as demais versões, após
Zaid ter feito sete cópias (transcrições) do seu manuscrito e enviá-las às
províncias. Conclusão: o Alcorão que o Islã tem em mãos, a julgar pelos fatos apurados
na própria Suna, não pode conter todas as palavras “reveladas” a Maomé. E aquele
que foi oficializado, por um ato político e não teológico, ao contrário de ser
a decantada “cópia de placas eternas
custodiadas no céu”, trata-se de um
manuscrito que nem o próprio Maomé aprovaria.
3/ E O QUE DIZER DAS TRADIÇÕES (SUNA)?
Não haveria nelas, por exemplo, informação em conflito?
a) Somente em relação à infância de
Maomé, sobre o tal encontro com certo religioso que teria reconhecido sua
vocação “profética”, num só autor apenas (Tabari): mais de dez versões diferentes.
b) Sobre quando Maomé teria ficado
órfão e de como Abdullah, seu pai, veio a falecer: informações em
conflito.
c) Sobre o tal encontro de Maomé com determinados
representantes de religiões não-islâmicas, os quais também lhe teriam reconhecido
como um futuro profeta: mais informações em conflito.
Quanto à primeira
questão, Patrícia Crone, em Meccan
Trade and the Rise
of Islam, Princeton University Press, 1987: 220, conclui haver “quinze versões
fictícias de um evento que jamais aconteceu”.
Aliás, nem mesmo sobre
quem comandou a impraticável construção da Ka’ba, se Adão ou Abraão, não deixa
de haver conflito de informação.
Torna-se inevitável o
questionamento: pode-se confiar em livros (Ou no próprio Alcorão e sua
pretensão de ser a última palavra sobre tudo.) que nos trazem relatos de fatos
ocorridos a milhares de anos, sendo que somente foram escritos no Século X?
Não seria problemático,
houvesse, como no caso da Bíblia, toda uma tradição manuscrita corroboradora.
Observando que, quando Uthman quis reunir o Islã em torno de uma só versão corânica,
ele estava apenas iniciando o que em Israel era uma prática milenar e atingira
o mais elevado nível de excelência, para a conservação mais segura (que a oral)
da revelação profética.
Pergunto-me: com que
autoridade um desinformado ou intencionalmente mal informado pode alegar que o
fato da Bíblia ter sido traduzida para vários idiomas ou copiada sucessivas vezes
implica necessariamente na adulteração da mensagem original? É justamente o
fato de existirem as muitas versões, traduções e cópias que nos permite
comprovar se a mensagem original teria sido ou não comprometida na sua
inteireza e essencialidade. É justamente o que Uthman tentou evitar. E o que,
em certos aspectos, as tradições islâmicas tentam justificar, mas sem o conseguir.
Talvez porque lhes falte o elemento essencial, espécie de liga que ajusta todas
as documentações fidedignas num todo confiável: a verdade.
4/ Jay Smith, no seu Evidências para a autoridade da Bíblia,
ao tratar sobre as VERSÕES E TRADUÇÕES antecedentes ao advento do Islã (Século
VI.), nos dá a seguinte informação:
“19.284 traduções em mais de 11
idiomas: Latim (10.000, a
partir de 150 d.C.), Siríaco (350,
a partir de 150 d.C.), Cóptico (100 ou mais, entre os
séculos III e IV d.C.), Armênio (2.587, a partir de 400 d.C.), Gótico (6, a partir do século IV
d.C.), Geórgio/Eslavo (4.101,
a partir do século V d.C.), Etíope (2.000, a partir do século
VI d.C.), Núbio (século VI d.C.), Árabe (75), Persa (2) e Franco (1). 230
destes são bastante primitivos, tendo sido escritos entre 150 d.C., até o
século VI.”
E ainda, em se tratando de EVIDÊNCIAS MANUSCRITAS E de
ELEMENTOS COMPROBATÓRIOS, Jay Smith nos lembra da existência de MAIS DE DOIS
MIL LECIONÁRIOS. São publicações que se tornariam usuais, a partir do século IV;
porém, a referida quantidade também antecede a Maomé. E sobeja, nas mesmas, a
transcrição de textos bíblicos, assim como nas cartas e escritos dos líderes
cristãos pós-apostólicos, pré-Catolicismo e até mesmo católicos. Fora os três
principais manuscritos do século IV (anos Trezentos), conservados em pergaminho
(Os códices Sinaitico, Alexandrino e Vaticanus.); sabendo-se também que a
definição do Antigo Testamento se dá no II século a.C. Assim como há muitas
outras evidências manuscritas, na forma de porções tanto do Antigo e do Novo
Testamento, seja de livros inteiros ou em parte. São elementos, pois, comprobatórios; mas,
que também servem de material comparativo, no que diz respeito à conservação da
mensagem original.
E voltássemos (Ver
primeira parte deste artigo.) ao quesito “é possível verificar se o essencial
daquilo que registraram (Os autores.) é mesmo verdadeiro, através de pessoas e
fontes não comprometidas com os seus ideais”, cabe ainda lembrar: Tallus,
historiador grego do século I, menciona tanto a crucificação de Jesus Cristo,
quanto as trevas que tomaram conta do mundo naquele dia.
5/
Ainda, no que diz respeito à Bíblia, OUTRA FONTE DE DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA
É A ARQUEOLÓGICA.
Para
Jay Smith, “A História sempre deixa ‘impressões
digitais’ que aguardam, adormecidas, no sub-solo, à espera de que alguém as
descubra, investigue e decifre. A área mais frutífera, em termos de confirmação
da Bíblia, vem da arqueologia.”
E nessa área do conhecimento, Jay, entre dezenas de exemplos,
cita:
a) A existência histórica comprovada de 50 personagens apenas do
Antigo Testamento por fontes extra-bíblicas.
b) Mais de uma centena de relatos sobre o dilúvio em todas as
culturas.
c) Placas sumérias e babilônicas com inscrições sobre a Torre de
Babel.
Se
de acontecimentos tão remotos foram encontrados elementos comprobatórios, que
dizer dos mais recentes, embora pertençam à Antiguidade? Já quanto ao Islã, a
pobreza documental impera; quase inexistem fora das próprias fontes. E estas,
por si mesmas questionáveis. Pois nem mesmo do tão contraditório Alcorão de
Uthman, que o islã alega ter duas de suas cópias hoje em mãos (Os códices
Topycapi e Samargand.) pode-se se comprovar realmente ser uma fonte primária de
informação. Este é um assunto do qual iremos tratar na terceira e última parte
deste artigo. Por enquanto, a pergunta sobre o Novo Testamento, mais o Alcorão
e a Suna (Tradições islâmicas), que estamos tentando responder ou apontar
contradições é:
HARMONIZAM-SE AS ESCRITURAS NOS DADOS
BÁSICOS, NÃO CONTENDO INFORMAÇÃO EM CONFLITO, MAS PODENDO (E ATÉ DEVENDO)
DIVERGIR NOS DETALHES?
6/ Engloba a pergunta
acima três aspectos, os quais podem ser desdobrados em outras três
interrogações. Creio que isso nos facilitará os paralelos e as comparações.
Porém, é preciso que tenhamos em vista que o Alcorão não pode ser analisado tão
somente em relação à Suna (Ou vice-versa). Mas, também, ao próprio Novo
Testamento; ao qual, tendo invocado como fonte de autoridade, teria por
obrigação corroborar e pelo mesmo ser corroborado. De modo que do Alcorão,
principalmente, e da Suna, se busca resposta ou se aponta contradições em duas
perspectivas.
A) HARMONIZAM-SE NOS
DADOS BÁSICOS?
- Resposta 01
(Novo Testamento):
Absolutamente: Todos os
livros, direta e/ou indiretamente, detalhada e/ou pontualmente dão testemunho
da vida, morte expiatória, ressurreição e condição divina do Messias (Deus
salvador entre os homens.), Jesus Cristo. A Ele todos os escritores do Novo
Testamento chamam-No Senhor, em conformação com Êxodo 3: 14-15.
Resposta 02
(Alcorão e Suna):
- NA PERSPECTIVA
ISLÂMICA, estas escrituras são concordantes entre si quanto à confissão
islâmica: Maomé seria profeta e, ainda segundo o Islã, seria o “selo da revelação”; Allah, Deus; e o
Alcorão, Dele Palavra.
- Já NA PERSPECTIVA DA
REVELAÇÃO ANTERIOR (Novo Testamento), o que se apura no Alcorão e na Suna é a
mais completa das contradições. E
a razão de não serem
corroborados pelo Novo Testamento reside justamente no querer negá-lo nos seus
dados básicos. Ainda que o Alcorão de Maomé cite o Evangelho, a Cristo e os
apóstolos como fonte de autoridade.
a) O Alcorão alega que
Maomé teria sido predito, tanto no Novo quanto no Antigo Testamento (Suras 46:10
e 61:6). Tais alegações; de acordo com o
que se verifica nas as Sagradas Escrituras de judeus e cristãos; principalmente
a promessa de Jesus sobre a vinda do Espírito Santo (Evangelho de João) e
Deuteronômio 18:18; simplesmente NÃO se sustentam. São, portanto, mentirosas.
b) O Alcorão,
evidentemente que “respaldado” pela Suna, chama Jesus Cristo de O Messias (Sura
3:45) e O tem por imaculado (Sura 19:16-22); porém, NÃO reconhece a Sua
condição divina. Pelo contrário, intenta negá-la (Suras 5: 17 e 72);
contrariando, conforme venho demonstrando em meus artigos, não apenas o Novo,
mas, também o Antigo Testamento.
c) O Alcorão nega a
morte expiatória do Messias (Sura 4: 147); mais uma vez contrariando tanto o
Novo quanto o Antigo Testamento.
- Sura 4: 157 E por dizerem:
Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Deus, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, senão que isso lhes foi simulado. E aqueles que discordam, quanto a isso, estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, abstraindo-se tão-somente em conjecturas; porém, o fato é que não o mataram. 158 Outrossim, Deus fê-lo ascender até Ele, porque é Poderoso, Prudentíssimo.
CONVÉM
OBSERVAR: Numa das versões do Alcorão que utilizo (A Digital, fornecida pelo Centro Cultural Beneficente Árabe Islâmico de Foz
do Iguaçu – Brasil.), o autor ou
os autores da notas de roda-pé tentam minimizar a informação literal da
(suposta) simulação que, em primeira e última análise, somente pode ser
atribuída a Allah.
Estranhamente, na outra
versão que também utilizo (A Tradução do Sentido do NOBRE ALCORÃO PARA A LÍNGUA
PORTUGUESA.), realizada e com notas pelo Dr. Helmi NASR, este tradutor alega
literalmente:
“O Islão prega que não foi Jesus crucificado, mas o foi, em seu lugar,
um sósia.”.
Mas depois, mesmo a
sura afirmando que a crucificação teria sido simulada, o autor quer, numa
segunda nota sobre o mesmo texto corânico, NÃO atribuir tal informação (Errônea
e em total confronto tanto com o Novo e o Antigo Testamento.) nem a Allah e nem
Moomé. Alega divergências que teriam
havido entre cristãos sobre o assunto.
A questão é que as
escrituras islâmicas teriam que estar em harmonia com os dados básicos do Novo
Testamento; e não, por exemplo, com aspectos da filosofia gnóstica. Pois é à
Torá e ao Evangelho que invocam por fonte de sua suposta autoridade. Além
disso, voltando à sura 4:157, todo o contexto e, principalmente, o verso 158
(Na tradução do Dr. Helmi.) confirmam o ato simulatório atribuído Allah,
desmentindo os próprios tradutores:
Mas, Allah, ascendeu-o até a Ele.
E Alah é Todo-Poderoso, Sábio.
Ora, NA BÍBLIA, tanto
no Novo quanto no Antigo Testamento, UM OUTRO SIGNIFICATIVO ELEMENTO
COMPROBATÓRIO da veracidade de qualquer escritura tida por sagrada É O QUE
ENSINA A MESMA SOBRE O CARÁTER DE DEUS. Deus é verdade. Ele a ama a verdade tanto quanto odeia a mentira.
Já Satanás, é apontado por Jesus Cristo como o pai da mentira em João 8:44. Falando
aos judeus incrédulos, Ele diz:
Vós tendes por pai o Diabo, e
quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e
nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere
mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira.
João, o apóstolo,
afirma com todas as letras que nenhuma mentira procede da verdade. E as suras
transcritas nos oferecem informações de cunho literal (Portanto, não sujeitas a
interpretação.) sobre um deus dissimulador. Logo, não seria a mentira o seu
verdadeiro caráter? O que os tradutores das duas versões corânicas tentaram
fazer foi contornar o incontornável. Logicamente, que sem nenhum sucesso.
B) TRAZEM INFORMAÇÕES
EM CONFLITO?
Resposta 01
(Novo Testamento):
Num estudo, por
exemplo, dos quatro Evangelhos, verifica-se a completa harmonia nos dados
básicos:
1 - Nascimento virginal;
2 - Batismo e
testemunho de João Batista sobre a pessoa e obra de Jesus Cristo;
3 - Milagres e curas;
4 - O comissionamento
dos Doze;
5 - A traição de Judas,
aliás prevista e predita no Antigo Testamento;
6 – A instituição da
Nova Aliança no contexto da morte expiatória;
7 - A ressurreição e ascensão de Jesus Cristo aos
Céus.
Todavia e como era de se
esperar, há alterações nos detalhes e na quantidade de fatos relatados, de
forma ficar evidente elementos próprios do ato literário em si. As aparentes
contradições, dizem respeito a fatos secundários, quanto a um e outro relato
sobre um mesmo acontecimento.
Antes de qualquer coisa
é preciso lembrar que não somente os Evangelhos, assim como os demais livros
constantes do Novo Testamento, são livros diferentes entre si, foram escritos
para públicos diferentes e por diferentes autores. Fossem 100% harmoniosos até
nos detalhes, teríamos, então, um forte indicativo de manipulação de dados,
próprios de uma literatura mítica e mistificadora. E, portanto, fabricada em
função de um ideal.
Na
nota 315 da versão do Alcorão, fornecida pelo
Centro Cultural Beneficente Árabe Islâmico de Foz do Iguaçu – Brasil,
sobre a já citada sura 4:157, entre outros apenas aparente indicativos de
possíveis contradições sobre a morte de Jesus, os autores dizem:
“O final da vida de Jesus na terra
está tão envolto em
mistério quanto a sua natividade e,
ainda, como de fato, está também o período da maior parte
da sua vida particular, com exceção dos três
principais anos do seu sacerdócio.”
Ora, NÃO É ISSO QUE NOS
MOSTRA O NOVO TESTAMENTO!!! Antes, esclarece, testemunha e ordena que seja proclamado
aos confins da Terra. E, talvez, não saibam os autores da famigerada nota
corânica que as biografias de Jesus, constantes do Novo Testamento, seguem
exatamente o padrão de sua época. Além englobarem as mesmas duas perspectivas
ou fatores de interesse: o teológico e o literário.
No que diz respeito ao FATOR
TEOLÓGICO, naturalmente sobressalente: tudo o quanto o Messias (Deus Salvador
entre os homens) fez e ensinou perderia o seu sentido, se Jesus não tivesse sido
crucificado, ressuscitasse ao terceiro dia, conforme anteviu e prometeu, e, depois, ascendesse ao Céu. Foi por esses
fatos que os discípulos O reconheceram Deus. Não que durante o Seu ministério
entre os homens também não o tenha demonstrado. Na verdade, em tudo o que Ele
fazia isso ficava demonstrado:
1 – Milagres e curas;
2 – Autoridade sobre os
demônios;
3 – Perdão de pecados;
4 – Aceitar adoração;
5 – Instituição da Nova
Aliança (Lembrando que Moisés sancionou a Antiga seguindo orientação divina.)
6 – Alteração de
conceitos e princípios da Lei de Moisés;
7 – Declarar-se Filho
do Homem, Filho de Deus e O Senhor (em conformidade com Êxodo 3: 14-15). Foi o
que levou as autoridades religiosas acusa-lo e condena-lo à morte por blasfêmia.
E “a blasfêmia” era fazer-se a Si mesmo Deus (João 5: 18).
- Hebreus 1:1 Havendo Deus antigamente falado muitas
vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, 1:2 nestes
últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as
coisas, e por quem fez também o mundo; 1:3 sendo ele o resplendor da sua glória e a
expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu
poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita
da Majestade nas alturas, 1:4 feito tanto mais excelente do que os anjos,
quanto herdou mais excelente nome do que eles.
- João 20:26 Oito dias depois estavam os discípulos outra
vez ali reunidos, e Tomé com eles. Chegou Jesus, estando as portas fechadas,
pôs-se no meio deles e disse: Paz seja convosco. 20:27 Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e
vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas
incrédulo, mas crente. 20:28 Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu!
20:29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste?
Bem-aventurados os que não viram e creram. 20:30 Jesus, na verdade, operou na presença de seus
discípulos ainda muitos outros sinais que não estão escritos neste livro; 20:31 estes,
porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
- 1Coríntios 15:3 Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo
morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; 15:4 que foi sepultado; que foi ressuscitado ao
terceiro dia, segundo as Escrituras; 15:5 que apareceu a Cefas, e depois aos doze; 15:6 depois
apareceu a mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior
parte, mas alguns já dormiram; 15:7 depois apareceu a Tiago, então a todos os
apóstolos; 15:8 e por derradeiro de todos apareceu também a
mim, como a um abortivo. 15:9 Pois eu sou (PAULO) o menor dos apóstolos,
que nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus.
E quanto ao FATOR
LITERÁRIO? Especialistas em literatura e
historiografia clássica iriam observar que os biógrafos dos tempos de Jesus
apenas se detinham nos fatos mais importantes da vida dos biografados, nas
partes consideradas exemplares e capazes de dar sentido àquele período da
História. E nesse aspecto, como acertaram os evangelistas! A própria História
da humanidade se dividiria em antes e depois de Cristo. Os Evangelhos, como de
resto todo o Novo Testamento estão em perfeito acordo com a literatura do seu
tempo, fato que mais lhes confere o valor documental de fontes primárias.
Ainda DENTRO DO QUE SE
É USUAL NO FATOR LITERÁRIO, haverá em uma ou outra narrativa elementos como a PARÁFRASE,
o RESUMO, ACRÉSCIMOS, MAS EM DETRIMENTO A
POSSÍVEIS ABREVIAÇÕES (Por exemplo, o que teria ficado
subentendido, pode ser depois esclarecido, até mesmo pela orientação do
Espírito Santo.); e ainda: a SELEÇÃO ou a
OMISSÃO DE DADOS SECUNDÁRIOS.
Num último paralelo que
ainda cabe ser feito, o tipo de informação sobre Jesus, constantes dos
Evangelhos, simplesmente NÃO existem no Alcorão a respeito de Maomé. Infância,
casamentos (Caso de Maomé.), morte. Torna-se, então, preciso recorrer à Suna;
na qual encontramos informação em conflito, conforme já o demonstrei, além do
fato de serem fontes secundárias, visivelmente manipuladas em função de um
ideal. E somente o fato de ter sido os livros escritos num ambiente de
imposição cultural já denuncia explicitamente a possibilidade. Tal não
acontece com o Novo Testamento.
Resposta 02
(Alcorão e Suna):
- NA PERSPECTIVA
ISLÂMICA, o que o Alcorão omite, a Suna, tenta, esclarecer; mas o faz, às
vezes, com informação em
conflito. Já o exemplificamos. Porém, existe informação em
conflito do Alcorão em relação até ao próprio Alcorão. Para ficarmos apenas num
exemplo clássico:
- 1Sura 19: 16 E menciona Maria, no Livro, a qual se
separou de sua família, indo para um local que dava para o leste.
17 E colocou uma cortina para ocultar-se dela (da família), e lhe enviamos o Nosso Espírito, que lhe apareceu personificado, como um homem perfeito.
18 Disse-lhe ela: Guardo-me de ti no Clemente, se é que temes a Deus.
19 Explicou-lhe: Sou tão-somente o mensageiro do teu Senhor, para agraciar-te com um filho imaculado.
20 Disse-lhe: Como poderei ter um filho, se nenhum
homem me tocou e jamais deixei de ser casta?
21 Disse-lhe: Assim será, porque teu Senhor disse: Isso Me é fácil! E faremos disso um sinal para os homens, e será uma prova de Nossa misericórdia. E foi uma ordem inexorável.
22 E quando concebeu, retirou-se, com um rebento a um lugar afastado.
- Sura 61:6 E de
quando Jesus, filho de Maria, disse: Ó israelitas, em verdade, sou o mensageiro
de Deus, enviado a vós(1651), corroborante(1652) de tudo quanto a Tora antecipou no tocante às predições, e alvissareiro de um Mensageiro que virá depois de mim, cujo nome será Ahmad!(1653)
Entretanto, quando lhes foram apresentadas as evidências, disseram: Isto é pura magia!
-
Nota 1653 (Versão Digital Centro Cultural Beneficente Árabe Islâmico de Foz do
Iguaçu – Brasil ):
"Ahmad" ou "Mohammad", o louvado, é quase a tradução da palavra grega Paracleto. No Evangelho de
"Ahmad" ou "Mohammad", o louvado, é quase a tradução da palavra grega Paracleto. No Evangelho de
João
14:16, 15: 26 e 16:7, a palavra "Consolador", na
versão
portuguesa, refere-se a Paracleto, que significa
"Intercessor",
"alguém chamado em auxílio de outro, um
amigo
generoso"; é melhor do que "Consolador". Os
nossos
doutos afirmam que Paracleto é uma corruptela de Periclytos,
e que no dito original de Jesus havia uma
profecia
sobre um Profeta, chamado Ahmad. Mesmo se
lermos
Paraclete, isto poderia ser aplicado ao Profeta
Mohammad,
que foi "uma misericórdia para a humanidade" (21ª Surata, versículo
107).”
Na primeira sura
transcrita, Maria recebe a visita do Espírito Santo (Nosso Espírito, teria dito Allah.) e a informação de que conceberá
o Messias, de forma milagrosa. Já na segunda, o tradutor quer a que promessa de
Jesus sobre a vinda do Espírito Santo (Aquele mesmo que, no Alcorão, teria sido mandado por Allah para visitar
Maria!) se aplique, Pasmem-se!, a Maomé. E ousa uma explicação mirabolante para
que a palavra grega Paracleto seja transformada em Peraclytos. O
problema é que Teologia não é mágica; e nela não pode haver espaço para o que
não é veraz.
Todavia, se o Islã cita
o Evangelho de João como fonte de autoridade, precisa reconhecê-lo como tal.
Mas ainda que o fizesse apenas em relação às palavras de Jesus sobre o Espírito
Santo, cai em flagrante contradição. Pois o que disse, entre outras coisas, Cristo
sobre o Espírito Santo?
- João 14:16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Ajudador, para que fique convosco para sempre.
14:17 a saber, o Espírito da verdade, o qual o
mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis,
porque ele habita convosco, e estará em vós.
14:18 Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós. 14:19 Ainda um
pouco, e o mundo não me verá mais; mas vós me vereis, porque eu vivo, e vós
vivereis.
14:20 Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai , e vós em mim, e
eu em vós.
SETE PERGUNTAS típicas
da série cujas respostas precisam soar mais alto que o silêncio islâmico e/ou
as contradições corânicas:
1 – Seria Maomé
pré-existente aos discípulos, como eram Jesus e o Anjo Gabriel, pra ter sido
enviado à Maria antes do Messias vir ao mundo, quinhentos anos antes do
nascimento do próprio Maomé?
2 – Seria Maomé não um
ser humano, mas apenas espírito?
3 – Habitava Maomé COM
os discípulos de Cristo (“Vós o conheceis, porque ele habita convosco”, disse
Jesus.) ou não estaria Jesus dizendo algo somente compreensível na perspectiva
de Deus enquanto tri-unidade?
4 – Maomé habitaria OS
discípulos (Porque o Ajudador, disse Jesus aos discípulos, “estará em vós”.); e
não seria esse tipo de coisa própria do Espírito Santo de Deus (Salmo 51: 11)
ou de demônios (jins)?
5 – Que pode dizer o
Islã sobre o cumprimento da promessa de Jesus sobre a vinda do Espírito Santo,
diante do relatado em Atos capítulo dois?
6 - Pode Maomé ser o Espírito Santo e, ao mesmo
tempo, o Anjo Gabriel? (É que ele, Maomé, julgava, erroneamente, cabe frisar,
ser o Espírito Santo o Anjo Gabriel, conforme se verifica nas Sura 53:5 –
Tradução do Dr. Helmi NARS e 16:102)
7 – Se o Maomé e o Alcorão entram em conflito
de informação consigo mesmos, esse tipo que coisa, por certo que não se tornaria
forte tendência em todos os aspectos da religião que fundou?
- NA PERSPECTIVA DA
REVELAÇÃO: Sem comentário.
C) DIVERGEM (COMO SE
PODE E DEVERIA) NOS DETALHES?
Resposta 01
(Novo Testamento)
Sim. Pode um mesmo
acontecimento ter sido visto em perspectiva diferente ou sido relatado com
supressão ou acréscimo de detalhes. Porém, em todo o Novo Testamento é enfática
a condenação das atitudes que contrariam os valores éticos ou morais da própria
revelação.
1 – Paulo repreende publicamente ao apóstolo Pedro, porque este se fizera digno de repreensão:
- Gálatas 2:11 Quando, porém, Cefas veio a Antioquia,
resisti-lhe na cara, porque era repreensível. 2:12
Pois antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os
gentios; mas quando eles chegaram, se foi retirando e se apartava deles, temendo
os que eram da circuncisão. 2:13
E os outros judeus também dissimularam com ele, de modo que até Barnabé
se deixou levar pela sua dissimulação. 2:14
Mas, quando vi que não andavam retamente conforme a verdade do
evangelho, disse a Cefas perante todos: Se tu, sendo judeu, vives como os
gentios, e não como os judeus, como é que obrigas os gentios a viverem como
judeus? 2:15
Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios, 2:16 sabendo, contudo, que o homem não é
justificado por obras da lei, mas sim, pela fé em Cristo Jesus , temos
também crido em Cristo
Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não por
obras da lei; pois por obras da lei nenhuma carne será justificada.
2 – João, o apóstolo,
promete repreender determinado líder de atitude soberba e desamor para com
irmãos que deveriam ter o seu esforço missionário reconhecido:
- 3João 1:5 Amado,
procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos, especialmente para
com os estranhos, 1:6
os quais diante da igreja testificaram do teu amor; aos quais, se os
encaminhares na sua viagem de um modo digno de Deus, bem farás; 1:7 porque por amor do Nome saíram, sem nada
aceitar dos gentios. 1:8
Portanto aos tais devemos acolher, para que sejamos cooperadores da
verdade. 1:9 Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes,
que gosta de ter entre eles a primazia, não nos recebe. 1:10 Pelo que,
se eu aí for, trarei à memoria as obras que ele faz, proferindo contra nós
palavras maliciosas; e, não contente com isto, ele não somente deixa de receber
os irmãos, mas aos que os querem receber ele proíbe de o fazerem e ainda os
exclui da igreja.
3 – Pedro admoesta aos
cristãos sobre pessoas que estavam deturpando os ensinamentos de Paulo; e, por
extensão, reconhece o caráter divinamente inspirados desse importante escritor
do Novo Testamento, uma obra naquele tempo, ainda em formação:
- 2Pe 3:15 e tende por salvação a
longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos
escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; 2Pe 3:16 como faz também em todas as suas epístolas,
nelas falando acerca destas coisas, mas quais há pontos difíceis de entender,
que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras
Escrituras, para sua própria perdição.
Na verdade, são
incontáveis os exemplos dessa natureza encontrados no Novo Testamento. E não
estamos falando guerras fomentadas contra inocentes, saques e assenhoramento de
bens alheios ou abuso de mulheres. Não há máculas dessa enormidade no
Cristianismo apostólico ou pós-apostólico e pré-Catolicismo. Cristo, além de
sua mensagem salvadora, havia pregado um alto padrão moral e valores éticos
insuperáveis em quaisquer literaturas, religião ou filosofia. Estão explicitados
no Sermão do Monte (Mateus capítulos 5, 6 e 7), espécie de carta magna do
verdadeiro cidadão dos céus. Era por eles que um discípulo deve viver.
Resposta 02
(Alcorão e Suna):
É possível que haja. Assim
como há, conforme foi apontado, muita informação em conflito: seja na
perspectiva apenas islâmica, seja na perspectiva da revelação. Porém, o maior problema
é que, mesmo sendo largamente comprovada a ética e a moral duvidosas de Maomé,
e não podendo ser comprovado na Bíblia nada do que ele afirma ser, nenhum autor
da Suna ousa pelo menos questionar-lhe e nem mesmo a
enorme discrepância
doutrinária em relação ao Novo e ao Antigo Testamento. Muito antes, pelo
contrário. E como a Suna foi escrita claramente para se construir um mito, a
verdade que nela importa e “a verdade” de Moamé. Cujo livro, conduta e conceito
de Deus NÃO passam pelo crivo da verdadeira revelação.
7/
Não vos escrevi porque não soubésseis a
verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade.
1João 2:21
(Continua na próxima postagem.)
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