(Segunda edição/temporada digital: Agosto-Outubro 2013)
Leitura: Gênesis Capítulos 1, 2 e 3; 6: 1-6.
3.1. Nos seis primeiros capítulos de Gênesis,
os principais fatos da história da humanidade, de acordo com a ótica divina,
nos são contados numa linguagem de forte conotação oral. É como Moisés os deve
ter recebido de seus antepassados e o Espírito o inspiraria a registrá-los,
evidentemente que pontuando, seletivamente, o quê e como dizer. O conceito de
inspiração divina na Bíblia não aceita a tanzil
islâmica e nem a psicografia espírita. Antes, Deus fala e age através ou sempre
em parceria com o homem. Por isso, o Pai jamais despersonalizou seus filhos
quando, através da inspiração divina, nos legou a Sua Palavra. Em Gênesis, a
linguagem está adequada ao nível intelectual do povo judeu da época, receptor
inicial da revelação, não ainda organizado como estado e que demoraria a se estabelecer enquanto civilização.
3.2. Pelo texto bíblico verificamos que uma
das características da oralidade é falar pouco e dizer muito; não falar tudo,
para dizer (ainda) mais. Vem do fato de se retransmitir e/ou reiterar
conhecimentos num ambiente familiar; no geral, a uma platéia desde criança com
os mesmos familiarizada ou para pessoas sequiosas de familiarização. Assim,
encontramos clareza naquilo que está expresso, quanto no que fica entrevisto.
Milênios se passariam e o Senhor Jesus, nos gloriosos dias de sua carne, diria
o autor da Carta aos Hebreus, não desprezou o método; antes, mesmo em suas
parábolas (P. ex., a dos lavradores maus e a vinha.), aperfeiçoa-o e o eleva ao
nível da excelência. Pelo que se diz: Quem tem ouvidos para ouvir ouça.
3.3. No início da saga humana, Satanás (a
serpente) ainda tinha sido chamado pelo nome; mas os símbolos e ícones da
rebelião estão claramente manifestos na ação dos principais representantes da
civilização. Donald Stamps, em nota ao versículo dezesseis do quarto capítulo
de Gênesis, na sua Bíblia de Estudo Pentecostal (CPDA), observa que Caim e seus
descendentes foram os cabeças da civilização humana até hoje desviada de Deus;
sendo a motivação básica das sociedades humanistas “superar” ao seu modo a
maldição do pecado e reconquistar o “paraíso” sem a verdadeira adoração. Na
mesma linha interpretativa, Wactham Nee afirma que é difícil calcular qual
parcela da filosofia, da ética, do conhecimento, da pesquisa e ciências do
mundo se origina nos poderes das trevas. Esses autores fundamentam-se em toda a
Palavra e, especificamente, em
I João 5: 19. Logo, as contribuições e “contribuições”
filosóficas, artístico-cultural, tecnológicas e científicas do homem não
regenerado pela nova vida em
Cristo Jesus devem passar por um crivo rigoroso, no caso de
seu aproveitamento por parte daqueles a quem Deus dotou de discernimento para
examinar tudo e reter o que é bom. Conceitos sobre moda, inclusive.
3.4.
Em Gênesis, do capítulo quarto primeiro verso um ao sexto, os filhos dos homens estão, até então, diferenciados dos filhos de Deus,
mostrando claramente quem é quem e quem faz o quê. Os comportamentos são mais
que distintos: extremados. No final do texto, porém, o encantamento ao avesso
despertado na geração de Enos pelas filhas de Caim desagrada profundamente a
Deus. E fica implícito que não foi pelo bom caráter delas que os filhos de Deus se entregaram àquele romance tresloucado. Cabe
dizer que a Bíblia não autoriza a interpretação de que os filhos de Deus fossem
anjos, visto ter o Senhor falado claramente que os anjos não se casam. A até
então piedosa geração de Enos foi tragicamente seduzida pela descendência de Caim.
E esta última, por certo que encontrara na mulher um modo de expressão peculiar
do seu estilo ímpio de vida, através das vestimentas. Temos, então, o primeiro
indicativo do surgimento da moda feminina. Sem evidentemente, as mãos corretivas do Senhor, conforme acontecera no Éden.
3.5. O ato de se vestir, em determinadas
situações e mesmo ordinariamente, demonstra no geral as intenções de um
coração. Nesses dias trabalhosos e na permissiva cultura ocidental, criou-se
até a expressão “vestida para matar “. Quer dizer: de inveja a outras e de
desejo a todos os homens, na identificação do tipo e das motivações no ato de
se vestir (despindo-se), próprio de mulheres espiritualmente mortas (I Timóteo
5: 6). Vemos na prática, não apenas a exacerbação da sensualidade, em
decorrência da busca do prazer e de acasalamentos, mas também a soberba da
vida, fundamentada no exibicionismo: seja da beleza do corpo, seja do status
conferido por uma grife ou por um item da moda na ordem do dia. Diante de tal
postura, é inevitável a concupiscência ser despertada no sexo oposto e o homem
se fixar no físico da mulher e, não, em seu caráter. Ora, a alma impenitente
das filhas dos homens já era conhecida; e disso dá testemunho a tragédia
ocorrida com filhos gerados do casamento misto. E se não foi pelo recato que
elas “viraram a cabeça” dos filhos de Deus. Nada mais plausível concluir
tratar-se a metodologia então utilizada portadora dos mesmos elementos hoje tão
uso, ainda que naqueles tempos remotos e de forma rudimentar, mas com motivações sedutoras. Aquela geração pereceu no Dilúvio. E na
tragédia, Deus pode apenas refrear do homem a maldade; a qual continuaria num
crescente através da História, até chegar ao nosso tempo, em que se multiplica
a iniquidade global e ininterruptamente, já que a serpente vai tomando forma de dragão... Na cultura ocidental, a nudez
(Sugestiva ou despudorada.) está há décadas banalizada, assim como estão
ficando também banalizados os seus efeitos de sedução, defraudação e
manipulação, com as pessoas ainda se orgulhando de tirar proveito do fato. E
não é triste ter que admitir, ao contrário da resposta ordenada pelos apóstolos
Pedro e Paulo (Veremos isso mais adiante.), estar havendo na cristandade
paulatina adesão à vulgaridade no ato de se vestir? Gesto que, de ordinário,
nivela cristãs sérias a mulheres sem o mínimo de respeito próprio e pelo corpo,
ao qual não entendem como morada do Espírito Santo. E há na cristandade quem a
isso justifique, utilizando-se de
conceitos errôneos sobre a
santidade e a liberdade cristã.
Saia
Justa 03:
1) Você acha que a moda feminina pode
tornar-se fator de atração dos homens ao Senhor Jesus?
2) E o que você veste cumpre santamente
este propósito?
Próxima postagem:
CAP. 04 - A Bíblia & O Ato de Se Vestir: Geração Diluviana 03
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