(Texto revisto em Outubro de 2014, em virtude da terceira edição digital, programada para iniciar-se em Novembro.)
à mulher que O reconhece
diante de seu espelho.
Tive certa feita, dentro de um templo evangélico, o
desprazer da visão por inteiro dos seios de uma irmã em Cristo. E não se tratava
do caso de possessão demoníaca, num de seus efeitos nefastos: pelo contrário;
deu-se o fato em circunstância, creia-me, ainda bem pior.
Saíamos em multidão do
culto de formatura de um curso ministerial; sendo minha ex-esposa e eu formandos,
e a referida irmã, professora de outra turma. A ocasião era festiva e exigia
beca e traje de gala. Só que, em função do ocorrido, tornar-se-ia aquela noite (para
todos os que presenciaram e, principalmente, para a protagonista) inesquecível,
mas em seus extremos: de júbilo, pela formatura, e de perplexidade, por causa daquele fato inesperado.
A irmã abusara do decote. E o modelito que estava usando, um vestido de noite
preto, dentro do mundano conceito de moda vigente, seria tomado por brega, caso fizesse (como deveria tê-lo
feito) o uso do sutiã ou de um bustiê.
Além do mais, ela não tivera a sobriedade de utilizar-se de um pedaço de pano
para cobrir a frente e diminuir a cavidade, que vinha desde as costas. Razão
pela qual, sendo de boa estatura, num seu movimento de abaixar-se, para apoiar
uma das mãos no banco do templo, não houve como segurar as glândulas mamárias nos
parcos compartimentos da vestimenta realmente inconveniente.
Aquilo durou uma fração eterna de minuto... E se
tornou revelador do grande descompasso que pode haver entre o que uma pessoa
professa ser e o que veste, reféns que muitas mulheres cristãs vão se tornando de um cultura promíscua. Mesmo não tendo convivido com aquele irmã, sequer ter
sido a mesma apresentado, dado o grau de autoridade espiritual que lhe fora
conferida por um ministério denominacional dos mais respeitáveis, eu não poderia tomá-la, senão por uma mulher de Deus. O que torna ainda maior o descompasso. Principalmente se
levarmos em conta o local e a ocasião do ocorrido. (Como se outros
houvesse...). Enfim, uma terrível contradição da espiritualidade, uma vez que
as vestimentas adequadamente não a espelhavam; muito antes, pelo contrário.
Constrangimento semelhante
assalta-me, com o mesmo misto de vergonha, tanto pelo fato em si quanto pela
pessoa que o protagoniza, quando, fora ou dentro do ambiente de culto,
acontecem situações igualmente vexatórias. É o caso da roupa usada por alguma
nossa irmã realçar, despudorada ou sugestivamente, partes do corpo feminino, às
quais apenas me agradaria apreciá-las (ou para as mesmas ter a atenção
despertada) em se tratando de minha esposa. E isso em ocasiões e no ambiente realmente
apropriado. Daí o questionamento: como
fica o coração do Senhor Jesus, presenciando situações como essas, hoje já
recorrentes e protagonizadas por pessoas que professam a fé cristã, dentro e fora
das igrejas? Quais as consequências para a mulher, o homem, a sociedade, a
civilização e o povo de Deus, enfim? Existiria na Bíblia um olhar divino sobre
moda feminina? Sim, existe. Do Gênesis ao
Apocalipse.
***
MODA FEMININA - Dentro de qualquer cultura a vestimenta reflete
valores, moralidade, estilo de vida ou de épocas, além da estratificação
social; podendo tudo isso estar ou não de acordo com a Palavra de Cristo e do
que ela testifica como sendo a boa, a
perfeita e a agradável vontade de Deus. Vestimentas também refletem
motivações: de quem as faz (e por que as fez) e dos que as usam com os seus
porquês. Sendo o uso massificado, haveria que se perguntar: quais os fatores
contribuíram para tal. São dignos de bênção ou trazem em si mesmos um lastro de
maldição? A moda, mormente a feminina, é
inspirada em ícones e fatos da cultura; sendo por demais inspiradoras de
comportamentos (nobres ou nocivos) de parcela da sociedade. Logo, não é assunto
a que Deus possa estar alheio, ainda que para alguns até pareça; e nem para o
cristão dele tratar pessoal e/ou empresarialmente alheando-se ou o alheando do
Senhor.
A BÍBLIA E O TEMA - Há muita palavra de sabedoria na Bíblia sobre o
tema e tudo quanto o envolve, uma vez que estamos a tratar em linhas gerais de
dois dos principais atos da vida: o ato de se vestir e o ato do se desnudar,
apropriadamente. Penso que, como bem nos ensina a experiência (Provérbios 29:1),
nem sempre uma admoestação é agradável de se ouvir ou fácil de praticar. A
opção pela santidade é que torna a vontade de Deus ouro puro e prata refinada:
até mesmo quando uma criteriosa exposição dos princípios divinos venha se
afigurar arma poderosa para a destruição (em nós mesmos) de possíveis
fortalezas, sofismas e altivez que se levanta contra o conhecimento do Senhor. Em verdade, a Palavra requererá de nossa
parte sua devida valorização, se desejamos mesmos levar cativo todo o nosso
pensamento (Sobre moda, inclusive.) à obediência de Cristo. Ao contrário do
contentarmo-nos com escória ou ouropel de alguma teologia não-apostólica. E quando digo teologia apostólica, digo na
acepção do Novo Testamento.
A GRIFE DE DEUS - O que devo adiantar é que a moda feminina de Deus
tem uma só grife: santidade. Pode-se até ser chique sem ser santa; porém, não
se pode ser santa sem ser chique. Pelo menos aos olhos do Criador, é o que mais
importa. A verdadeira santidade não se revela apenas no exterior, é evidente.
Todavia, se vinda dele em pureza, há de claramente o refletir: sem nenhuma
sombra ou variação. E, aqui, não se aceita subterfúgios. Qualquer opinião contrária pode até parecer descolada, ser ou ter já se tornado na
cristandade em paradigma; mas se coloca em rota de colisão com o ensino
apostólico. Ensino esse, em se tratando de moda feminina, preconiza sobre tudo
o recato e a sobriedade (I Pedro 3: 3-6; I Timóteo 2: 9-10). Sendo que a
própria terminologia apostólica (A despeito de não apenas ter se tornando pouco
usual na pós-modernidade e de também receber conotação pejorativa na boca de
muitos crentes.) preconiza o pudor (RC) e a decência e discrição no traje (NVI) feminino. Porque o ensino e sua
apropriada terminologia dizem respeito à vida
casta (RC); e ao honesto
comportamento (RA) ou conduta
respeitosa da mulher cristã: para consigo mesma, para com o seu próprio
corpo e, principalmente, para com o sexo oposto. Logicamente, que nada tem ver
com certos conceitos evasivos de santificação a ganhar tanto terreno e adeptos
na cristandade pós-moderna. Em tais conceitos, a santidade prescindiria do pudor.
Todavia, nunca será demais lembrar que a nudez de uma mulher despertou o pior
de um homem considerado segundo o coração de Deus. Mas não é interessante
observar que boas obras e ações (E dentre as mesmas, o ato de se vestir,
naturalmente.) da mulher cristã concederia a ela o poder de até ganhar o pecador
de seu maior interesse, o cônjuge, para Cristo?
Como já o dissemos, moda
feminina não é assunto a que Deus possa estar alheio. E nem deva o cristão do
mesmo alhear-se, sem o risco de conformação com o curso de um mundo regido pelo
príncipe da potestade do ar e pelo espírito que agora atua nos filhos da
desobediência (Efésios 2:1-3). E de fato, no fator obediência-desobediência
está a chave de tudo. O discernimento do que somos e de quem é quem (ou está
por trás) da criação e do uso massificado de modelos e modelitos. E qual seria,
então, o desafio da mulher cristã e do profissional da indústria da beleza
diante de tudo isso? O que teria um ministro da Palavra, em plena
pós-modernidade, a dizer sobre assunto tão palpitante e questão hoje tão
igualmente crucial? É o que se pode inferir ao longo desta obra. Eu oro a
Cristo Jesus, Nosso Senhor, para que aja em tudo uma palavra de sabedoria ao
seu coração; e que, à semelhança de um espelho, possa ajudar-nos a olhar para
nós mesmos (Homens e mulheres.) como Ele quer que nos vejamos; iluminando-nos,
desse modo, os olhos da alma quanto às implicações da imagem (de mulher cristã
ou homem de Deus) a ser refletida e as atitudes práticas que porventura se
façam necessárias, (Tiago 5: 22-25), para a uma maior manifestação em nós de Sua Glória em pureza.
Belo
Horizonte, Janeiro-Março de 2013
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Próxima postagem: A Bíblia E O Ato De Se Vestir: Éden.
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