MÃE
Em memória de Ormezinda Augusta de Almeida;
Às mães do continente ancestral e às afro-descendentes;
às de todo o mundo, todas elas.
1/ A mãe é, hoje,
Essa calma
Sempre em guarda.
Quem um dia
Tomba-homem
a viu
Jamais a reconheceria
: Jeitão, contrita,
Tomando de ás
Salto os Céus,
Na escudela
De uma Bíblia.
Nos lábios,
Os hinos
Silenciaram
A cantilena
Das rixas
Seguidas
Ladainhas
(Em seu repertório
De danos & perdas).
2/ De quem
Essa sabedoria da vida
Sofrida
(Que refratária
Às farturas; & o sonhos,
Quase deram em farrapos?
Não de nossos
Tantos pais,
Mas dela,
& sua luta
(Por vezes, escusa)
Pelo sagrado pão
Da Subsistência
Que bem quis
nos amassar
O Diabo.
Não desejássemos
Da mesa as caídas migalhas
& convidados fôssemos
Ao banquete do Filho
Que se nos tornou
Tanto-tanto-tanto amado
pelo muito que nos amou.
(No rosto,
As rugas
Suavizaram
As rusgas.)
3/ Quem um dia
Bêbad'escalafobética
A viu
Não mais
A reconheceria.
A Mãe é hoje
a calma
Sempre em guarda...
Ela lê o Apocalipse
De São João
& sabe
Enxugadas
Todas as suas lágrimas.
Oh, mãe!
A Ele a Glória!
A Ele a Glória!
Maravilha!!!
M. Madsaiin Dias
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