(Texto revisto em Outubro de 2014.)
Leitura:
Gênesis 4: 1-6:7
2.1. Da triste experiência no Éden à tragédia
da civilização no Dilúvio, dois grupos distintos de pessoas se formaram: a
linhagem de Caim, assassino não penitenciado de Abel, e os descendentes de
Enos, filho de Sete. Sete, possivelmente, é fruto de orações contritas de uma
Eva arrependida; depois assistir o mal triunfar sobre o primogênito, fazendo
dele um assassino e, então, desejar
profeticamente um outro filho, com o estilo de vida a que se propusera viver
Abel, o nosso primeiro mártir.
2.2. Da descendência de Caim, surgem
empreendedores nos principais ramos da atividade humana. E, a partir dos
mesmos, são lançadas as raízes dos tipos de negócios deste mundo capazes de
roubar a adoração por completo do coração do homem: a atividade econômica sob a
influência de Mamon; a arte refratária ao ato de celebração da vida e da
adoração; e a indústria bélica. Antes disso, Caim, o nosso primeiro empreiteiro, constrói a primeira cidade.
Logo, esse estilo nosso de vida hoje, alucinando e modernoso e nada ecologicamente correto, teve um não muito bem
recomendado inspirador. Seguindo a linha do pensamento interpretativo de alguns
comentaristas da Bíblia, pode-se observar que em qualquer sociedade humanista
(E nelas o homem quer entronizar-se no centro de tudo.) a adoração verdadeira
inexiste. E a própria religiosidade (caso exista) se fundamentará no culto ao
deus do próprio ventre. Daí, os homens se dividirem entre o hedonismo (busca
desenfreada do prazer) ou “superação” da maldição do pecado, calcada na falsa religiosidade, através da justiça própria.
2.3. O fato é que a geração tecnológica e
belicosa de Caim, reproduzindo o caráter do seu patriarca, iria apressar a
degradação do ser humano. E, posteriormente, influenciar lamentavelmente os
descendentes de Enos, os quais, pelo menos no início naqueles primórdios da
humanidade, se voltaram à pureza e simplicidade de vida e adoração de Abel.
Dentre estes, se destacam Noé, o principal personagem pré-diluviano e um dos
três principais justos do Antigo Testamento;
e também Enoque, o nosso primeiro grande profeta. Enoque anteviu a
segunda vinda do Senhor (Judas 14-15); e andou tão perto de Deus, que YHWH dele
se afeiçoa, ao ponto de apressar os anos de sua vida e o tomar para Seu
convívio. Enoque tipifica a igreja do Senhor Jesus que será arrebatada, pois
não experimenta a morte física. E estes dois homens, descritos como
pertencentes ao seleto grupo de pessoas, das quais este mundo jamais será
digno, são a prova de que santidade é mesmo uma questão de escolha. Pois
independente de costumes, do vai e vem das modas, do nível de promiscuidade de
uma cultura e dos ditames da sociedade ou de quaisquer civilizações. Por
isso, recomenda-nos o Espírito Santo a tê-los em alta conta (Hebreus 11).
2.4. Da da parte de Caim, eis que se destaca
um tal Lameque: o primeiro bígamo e assassino não penitente de mais de uma
pessoa. E se Adão tornara-se o nosso primeiro filósofo, quando Deus lhe
apresentou Eva, em todo o seu esplendor de graça e beleza, antes da Queda
(Gênesis 2: 23-25), Lameque se fez uma espécie de poeta do mal. E com
trocadilhos demoníacos, ele inaugura a mais antiga tradição literária de linha
profana e caráter diabólico na acepção da palavra.
2.5. Observamos, nessas poucas e rápidas
pinceladas sobre o princípio da humanidade, que toda a saga de nossa raça,
enganada pelo pecado e dominada pela violência, já está delineada. E apenas
irá, à medida que o tempo passa, tomando maiores e catastróficas proporções. E
o Senhor, desgostoso, concluirá que O Espírito não agiria para sempre na
consciência do ser humano, como que contendendo com o coração do homem, no
sentido fazê-lo optar pela vida de santidade e adoração. De milenar, Deus torna
a criatura apenas centenária, para não ter que destruir por completo a mais
importante obra de Suas mãos. Paulo, no primeiro capítulo de sua Carta aos
Romanos, dá-nos a dimensão teológica do fato.
2.6. Se até aqui (Gênesis capítulos de quatro
e cinco.) a violência é o fator preponderante na civilização, um segundo fator
irá se tornar ainda mais decisivo, catapultando àquele primeiro ao nível do
inaceitável. E quando surge (ou quem sabe apenas mais amplamente se manifesta),
desencadeia a perversão da humanidade
por inteiro. É o que se pode inferir da leitura dos versos que se seguem:
Como se foram
multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de
Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que,
entre todas, mais lhe agradaram. (...) Ora, naquele tempo havia gigantes na
terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos
homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na
antiguidade. (...) A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de
violência. (Gênesis 6: 1-2).
Saia Justa 02:
1) Seria
natural (como acontece até hoje) que os filhos dos homens olhassem para as
filhas de Deus com olhar lascivo. Mas não é isso que diz o Espírito Santo;
antes, chama-nos a atenção para o inesperadamente contrário. E o que
teria contribuído para que as filhas dos homens atraíssem os olhares agora
concupiscentes dos filhos de Deus, acelerando, com o casamento misto e os
filhos nascidos desse tipo de união a tragédia da humanidade por inteiro?
2)
Você pode imaginar os artifícios por elas utilizados?
3) Quais os artifícios lhes são hoje (E não
seria desde sempre) usuais?
4) Você concorda com isso? Por quê?
5) Alguma vez você utilizou-se de algum
artifício, ou sentiu-se tentada a usá-los? E como se sentiu perante você mesma
e diante de Deus?
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